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O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira, em entrevista coletiva sobre o relatório de inflação do quarto trimestre de 2024, que não considera o atual movimento do dólar contra o real como um ataque especulativo. O dólar comercial atingiu R$ 6,30 pela manhã, um novo recorde histórico, o que levou o Banco Central a realizar duas intervenções no mercado cambial.
“Não é correto tratar o mercado como um bloco monolítico, uma coisa só, coordenada. O mercado funciona com posições contrárias, tem sempre alguém comprando e alguém vendendo. Quando o preço de um ativo, como o dólar, se movimenta em uma direção, há vencedores e perdedores. Um ataque especulativo não representa bem o que está acontecendo no mercado hoje”, declarou Galípolo.
Durante a coletiva, o futuro presidente do BC também comentou sobre as pressões políticas enfrentadas pelo governo e a atuação do Banco Central. “A gente vai lidar com pressões políticas. Todo mundo tem o direito de opinar. Mas a decisão é feita na reunião do Copom pelos nove diretores do board”, disse Galípolo, destacando a importância da autonomia do BC para tomar decisões.
Galípolo ressaltou que, embora as dificuldades fiscais do país sejam conhecidas e discutidas, não existe uma solução simples ou imediata para os problemas. “Todos sabem, mercado, academia, que é difícil apresentar qualquer tipo de plano que seja uma ‘bala de prata’ que resolva todos os problemas no curto prazo. Haddad e Lula reconhecem que existe um problema fiscal. O programa é uma forma de reconhecer o diagnóstico e dar um passo na direção correta”, afirmou.
Quanto às discussões no Congresso, Galípolo reconheceu que o processo legislativo pode não ocorrer com a rapidez desejada, mas isso faz parte da dinâmica da democracia. “Há um esforço do governo de aprovar o que está no Congresso”, afirmou.
O Banco Central, no contexto da alta do dólar, realizou duas intervenções no mercado. Por volta das 9h30, o BC anunciou a venda de US$ 3 bilhões, e, apesar disso, a moeda continuou a subir, atingindo R$ 6,30 por volta das 10h10. Em resposta, o BC fez um segundo leilão, de mais US$ 5 bilhões, às 10h35. Após essa intervenção, o dólar recuou, e por volta do meio-dia, a moeda americana estava sendo negociada abaixo de R$ 6,20, com a mínima do dia registrada em R$ 6,1403.