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A China afirmou nesta segunda-feira (28) que a perda de importações de grãos e soja dos Estados Unidos não deverá impactar o abastecimento interno, graças à oferta disponível no mercado internacional e ao aumento das importações da América do Sul, especialmente do Brasil. As informações são da Bloomberg.
Durante uma coletiva de imprensa, Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, declarou que “grãos americanos como soja, milho e sorgo podem ser facilmente substituídos e a oferta no mercado internacional é bastante suficiente”. Segundo Zhao, o país possui reservas internas adequadas e alternativas no comércio global que garantem a estabilidade no fornecimento. “Mesmo sem a compra de grãos forrageiros e oleaginosas dos EUA, não haverá impacto significativo no fornecimento de grãos da China”, afirmou.
Também nesta segunda-feira, Yin Ruifeng, do Centro de Informações do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, divulgou um relatório detalhando o avanço da participação dos grãos sul-americanos, em especial da soja brasileira, no mercado chinês. Segundo o documento, o Brasil deverá responder por 71% da soja consumida pela China em 2025.
No relatório, Yin explicou que as fortes chuvas no final de 2024 e início de 2025 em importantes estados produtores do Brasil, como Mato Grosso e Rio Grande do Sul, provocaram atrasos na colheita e nos embarques. “No final do ano passado e início deste ano, fortes chuvas nas principais regiões produtoras do Brasil atrasaram a colheita, e problemas logísticos internos e portuários postergaram o embarque em mais de meio mês em relação ao habitual”, afirmou. Como resultado, de janeiro a março, as importações chinesas de soja brasileira caíram 55% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 4,54 milhões de toneladas. Em março, a queda foi ainda mais expressiva, com apenas 950 mil toneladas importadas — o menor volume para o mês desde 2008.
Yin apontou, porém, que o cenário deve se normalizar com a safra recorde do Brasil. “A esmagadora maioria do farelo de soja doméstico é produzida a partir da soja importada, mas atualmente o quadro global de oferta e demanda de soja permanece folgado”, afirmou. Em 2024, a China importou 105 milhões de toneladas de soja, um recorde histórico, enquanto a produção brasileira atingiu 169 milhões de toneladas, com exportações previstas acima de 100 milhões de toneladas, majoritariamente destinadas à China.
O relatório também mencionou que a China realizou compras antecipadas de soja americana no início da safra de 2024, em meio a incertezas políticas. “Logo no início da safra americana em 2024, diante da incerteza sobre possíveis mudanças na política comercial com uma eventual reeleição de Trump, houve compras preventivas ‘excedentes’ de soja americana”, explicou Yin. Além disso, contratos com países sul-americanos foram fechados antecipadamente para assegurar o fornecimento. “De outro lado, contratos foram fechados antecipadamente para garantir suprimentos da América do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai)”, acrescentou.
