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O Ibovespa encerrou o último pregão da semana com alta de 0,40%, aos 137.824 pontos, em um movimento de recuperação após dias de forte oscilação causados por incertezas fiscais no Brasil. Na terça-feira, o índice havia alcançado sua máxima histórica, ao tocar os 140 mil pontos. Já o dólar comercial recuou 0,3%, cotado a R$ 5,64, refletindo o alívio após o governo recuar de uma das medidas mais polêmicas anunciadas recentemente: o aumento do IOF sobre remessas ao exterior.
A reação dos mercados veio após uma série de decisões desencontradas do Ministério da Fazenda. O ministro Fernando Haddad anunciou, inicialmente, a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras para diversas operações, incluindo cartões internacionais e transferências para fora do país. A proposta foi criticada por agentes do mercado, que enxergaram na medida um sinal de possível “controle cambial”. A repercussão negativa levou o governo a recuar e revogar o trecho referente aos investimentos externos, após reunião no Palácio do Planalto — da qual Haddad não participou.
“O objetivo nunca foi inibir investimentos fora do país. Houve uma leitura equivocada, por isso decidimos revisar esse ponto para evitar especulações”, afirmou Haddad em pronunciamento.
Além da questão cambial, o governo também anunciou um congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025. A contenção foi bem recebida por parte dos investidores, mas o alívio foi ofuscado pelas dúvidas em torno da estratégia fiscal da equipe econômica, marcada por anúncios e recuos em questão de horas.
No cenário internacional, o risco fiscal nos Estados Unidos também pesou sobre os mercados. O pacote aprovado pela Câmara dos Representantes, proposto por Donald Trump, aumenta os gastos com Defesa, reduz impostos e corta benefícios sociais. Analistas alertam que a medida pode elevar a dívida pública americana para mais de R$ 37 trilhões na próxima década. A agência Moody’s já rebaixou a nota de crédito dos EUA de AAA para AA1, aprofundando o receio dos investidores quanto à solvência da maior economia do mundo.
