Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
A argelina Imane Khelif, campeã olímpica de boxe em Paris, foi proibida de competir na Eindhoven Box Cup, que será realizada entre os dias 5 e 10 de junho de 2025 na Holanda. A decisão foi tomada pela World Boxing, entidade que organiza o torneio e que anunciou a implementação de testes genéticos obrigatórios para todos os atletas que desejarem participar de suas competições.
Khelif, de 26 anos, conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Paris em meio a críticas e polêmicas sobre sua elegibilidade. A pugilista já havia sido reprovada em um teste de gênero — sem detalhes divulgados — administrado pela Associação Internacional de Boxe, então liderada por russos, em 2023.
Durante sua primeira luta na campanha olímpica, Khelif venceu a italiana Angela Carini em apenas 46 segundos, em um combate que terminou com a desistência da adversária. Chorando ao deixar o ringue, Carini relatou: “Depois do segundo golpe, eu não conseguia mais respirar. Fui até meu técnico e disse ‘chega’, porque parar também exige maturidade e coragem. Eu não queria mais lutar.”
Apesar da polêmica, a organização da Eindhoven Cup chegou a promover a participação de Khelif com destaque, incluindo seu nome em cartazes com a frase: “Orgulhosos de ter Imane Khelif novamente para defender seu título.”
No entanto, uma carta enviada pela World Boxing à Federação Argelina de Boxe comunicou a proibição da atleta de competir na categoria feminina até que ela se submeta a um teste genético de sexo, conforme os novos regulamentos da entidade. A mudança foi aprovada pela diretoria executiva sob justificativa de “circunstâncias especiais ou emergenciais”.
Em meio à repercussão no ano passado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a afirmar que Khelif seria uma atleta transgênero. Em entrevista à ITV, a boxeadora respondeu: “O presidente dos EUA tomou uma decisão relacionada a políticas trans no país. Eu não sou transgênero. Isso não me diz respeito e não me intimida. Essa é a minha resposta.”
Khelif também reafirmou sua intenção de defender o título olímpico em Los Angeles 2028: “Uma segunda medalha de ouro, claro. Nos Estados Unidos.”
A atleta, que já disputou os Jogos de Tóquio e quatro Mundiais, desabafou sobre os questionamentos: “Como dizemos na Argélia, quem não tem nada a esconder não tem do que temer. A verdade ficou clara em Paris — a injustiça foi exposta e o Comitê Olímpico reconheceu isso depois.”
E concluiu: “Eu me vejo como uma garota, como qualquer outra. Nasci menina, fui criada como menina e vivi minha vida inteira assim. As acusações só começaram depois que comecei a vencer e conquistar títulos.”
