O Twitter suspendeu centenas de contas que promoviam o candidato à eleição presidencial das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr, que, segundo ele, violava as regras sobre spam e manipulação.
O político veterano Marcos, de 64 anos, filho do falecido líder derrubado em uma revolução do “poder popular” em 1986, emergiu como o principal candidato antes da votação de maio.
O Twitter disse que usou análise humana e tecnologia para decidir suspender mais de 300 contas e hashtags, acrescentando que suas investigações estão em andamento.
“Continuamos vigilantes sobre a identificação e eliminação de campanhas de informação suspeitas visando conversas eleitorais”, disse um porta-voz do Twitter.
O chefe de gabinete de Marcos, Vic Rodriguez, aplaudiu o Twitter por seu trabalho, mas enfatizou que não havia certeza de que todas as contas pertenciam a apoiadores de Marcos.
“Parabenizamos o Twitter por manter uma vigilância atenta contra manipulação de plataforma, spam e outras tentativas de minar o debate público”, disse ele em comunicado.
A família Marcos continua sendo uma das forças mais ricas e influentes na política filipina, servindo como senadores, deputados da câmara baixa e governadores provinciais nas últimas três décadas.
Alto engajamento nas redes sociais
Embora Marcos Jr, que é mais conhecido como “Bongbong”, tenha oponentes poderosos no establishment político, ele desfruta de um número considerável de seguidores em casa e no exterior dos filipinos, que são grandes usuários das mídias sociais.
Esse uso, segundo muitos, tornou o discurso político nas Filipinas suscetível à manipulação via mídia social.
O Twitter disse na segunda-feira que expandiria um recurso de teste que permite aos usuários sinalizar conteúdo enganoso para incluir Filipinas, Brasil e Espanha.
O site de notícias Rappler informou esta semana que apoiadores de Marcos estavam tentando dominar o Twitter por meio de contas criadas em um curto período de apenas alguns meses. O Twitter observou o relatório e disse que a maioria das 300 contas havia sido removida anteriormente como parte de ações de rotina.
O Twitter disse que compartilhar conteúdo político ou convocar pessoas a fazê-lo por meio de hashtags está dentro de suas regras, a menos que as contas sejam inautênticas, automatizadas ou pagas, mas não viu “nenhuma evidência clara” disso.