Imagens divulgadas nas redes sociais mostram um míssil russo atingindo o graneleiro Kmax Ruler, de bandeira liberiana, na última quarta-feira, quando este entrava em um porto do Mar Negro, na região de Odessa. O navio e os guindastes vistos no vídeo correspondem à cobertura da agência citada no local.
A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou esta quinta-feira o ataque perpetrado pela Rússia. “Estou indignado com o ataque perpetrado contra um navio civil quando este entrou no porto de Pivdeni, em Odessa”, disse a coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, que transmitiu as suas condolências à família do falecido e desejou uma rápida recuperação dos feridos.
Assim, destacou que este acontecimento “ocorreu poucos dias depois de uma série de ataques que mataram e feriram civis, destruíram fornecimentos de cereais e danificaram um museu de arte de 124 anos em Odessa, sul da Ucrânia”.
Brown também indicou que o ataque “é um dos mais de 30 contra instalações portuárias ucranianas desde o fim da Iniciativa do Mar Negro em julho”.
“Este trágico incidente marca a primeira vez que civis foram mortos e feridos num navio civil”, disse.
“As consequências deste padrão brutal e implacável de ataques russos às instalações portuárias são devastadoras para a economia ucraniana e para as centenas de milhões de pessoas que sofrem de fome no mundo”, disse ele, ao mesmo tempo que reiterou que “o Direito Internacional Humanitário proíbe estritamente ataques contra infra-estrutura civil”.
As Forças Armadas Ucranianas disseram na quarta-feira que a Rússia atacou um navio civil de bandeira liberiana usando um míssil anti-radar modelo Kh-31 lançado de um caça. Assim, afirmaram que este atingiu o barco, provocando a morte do piloto do navio e deixando feridos outros três tripulantes, de nacionalidade filipina. Um funcionário portuário também ficou ferido.
O relatório não revelou o nome do navio ou o país de seus proprietários, mas o ministro da Infraestrutura, Oleksandr Kubrakov, disse que o navio transportava minério de ferro para a China.
O porto de Odessa e outros na região são economicamente vitais para a Ucrânia como saídas para o Mar Negro, de onde os navios se dirigem para os mercados mundiais. As instalações portuárias de Odessa foram atacadas 21 vezes desde que a Rússia se recusou a renovar, em agosto, um acordo que permitia à Ucrânia exportar grãos com segurança através do Mar Negro, disse Kubrakov.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse em outubro que um novo corredor de exportação no Mar Negro permitiu a saída de cerca de 50 navios.
Na cidade de Kherson, no sul do país, que fica do outro lado do rio Dnieper em relação ao território controlado pela Rússia, um civil foi morto e três ficaram feridos por tiros russos em uma área residencial por volta do meio-dia de quinta-feira, segundo o ministro do Interior, Ihor Klymenko.
Mais três civis foram mortos em ataques russos no último dia, de acordo com um relatório do gabinete presidencial.
Na região de Donetsk, o exército russo bombardeou 11 cidades, matando duas pessoas em Toretsk e ferindo um civil em Chasiv Yar. Na região vizinha de Kharkiv, perto de Izium, um homem foi morto durante um ataque de artilharia.
No sul da Ucrânia, um civil ficou ferido durante o bombardeamento de áreas residenciais de Kherson e outro foi ferido por uma mina. Na zona da central nuclear de Zaporizhia, os russos bombardearam Nikopol, na margem oposta do rio Dnieper, ferindo uma pessoa e danificando infraestruturas, linhas de energia e 14 casas.
