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A Organização das Nações Unidas (ONU) lembrou nesta terça-feira ao Governo da Venezuela que deve “proteger e não impedir” o direito à manifestação pacífica e expressou estar “muito preocupada” com as informações de prisões de manifestantes provenientes do país, após os resultados das eleições presidenciais de domingo, que foram rejeitados pela oposição e parte da comunidade internacional.
Em sua coletiva de imprensa diária, o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, afirmou que é de suma importância que na Venezuela “todos os líderes políticos e seus seguidores rejeitem qualquer forma de violência, ameaças de violência ou incitação à violência”.
Sobre a controvérsia em torno dos resultados, Dujarric destacou que “qualquer disputa eleitoral deve ser resolvida pacificamente” e reiterou as palavras de ontem atribuídas ao secretário-geral.
Por sua vez, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse na terça-feira estar “extremamente preocupado” com as crescentes tensões e violência na Venezuela desde as eleições: “Centenas de pessoas foram presas, incluindo crianças”.
“As autoridades devem respeitar o direito de todos os venezuelanos de se reunir e protestar pacificamente, e de expressar suas opiniões livremente e sem medo”, afirmou Türk, conforme divulgado pelo escritório de Direitos Humanos da ONU na rede social X. Em um comunicado, ele também expressou estar “alarmado com os relatos sobre o uso desproporcional da força por parte dos agentes encarregados de fazer cumprir a lei”.
Türk ainda afirmou que “as autoridades eleitorais devem realizar seu trabalho de forma independente e sem interferências, para garantir a livre expressão da vontade dos eleitores e proteger seus direitos”.
“Venezuela está em um momento crítico. Exorto as autoridades a respeitar os direitos de todos os venezuelanos de se reunir e protestar pacificamente e de expressar suas opiniões livremente e sem medo. Todos os venezuelanos têm o direito de participar de forma significativa nas decisões que afetam suas vidas e o futuro de seu país, incluindo por meio de eleições credíveis”, concluiu.
A violência desencadeada na segunda-feira entre apoiadores do regime de Nicolás Maduro e manifestantes opositores já resultou em seis mortes, segundo a organização não governamental Foro Penal, que lidera a defesa dos considerados presos políticos no país.
Por parte do regime, o procurador-geral Tarek William Saab informou hoje que 749 pessoas foram detidas nas últimas horas após as numerosas manifestações registradas em várias regiões do país contra o resultado eleitoral de domingo.
Saab também relatou 48 policiais e militares feridos, além da morte de um membro da Força Armada “em decorrência dos disparos ocasionados por esses manifestantes” no estado de Aragua (norte), mas não falou sobre as lesões sofridas pelos manifestantes, que foram repelidos com gás lacrimogêneo e balas de borracha usadas pela força pública.
(Com informações de Reuters e EFE)