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Na madrugada desta segunda-feira (19), agentes da Unidade Especial de Inteligência Sensível Antinarcóticos e da Força de Operações Policiais Especiais da Polícia Nacional realizaram uma série de buscas na cidade de Pedro Juan Caballero, como parte da operação “Pavo Real II”.
Entre os alvos estavam as residências do deputado Eulalio Gomes, da ANR (Associação Nacional Republicana, partido do ex-presidente Horacio Cartes), e de seu filho Alexandre Gomes. Ambos estavam sendo investigados por supostos vínculos com o narcotráfico.
Segundo fontes policiais, as buscas foram marcadas por episódios de violência. Na casa do deputado, por volta das 3h da madrugada, houve um tiroteio no qual o legislador de 67 anos ficou gravemente ferido. Apesar de ter sido levado urgentemente ao hospital, Gomes não sobreviveu aos ferimentos. Não foram registrados outros feridos no local.
Alexandre Gomes, de 32 anos, também entrou em confronto com os agentes, mas conseguiu fugir do local antes de se entregar horas depois na Delegacia de Polícia de Amambay. Esse segundo incidente não deixou vítimas.
“A Polícia matou meu marido”, foi o que a esposa do deputado disse ao governador de Amambay, Juan Acosta, por telefone.
Acosta explicou no programa de rádio La Lupa que soube do ocorrido às 5h desta segunda-feira, e foi informado de que o político havia sido ferido em seu quarto.
“Foi praticamente na cama onde ele morreu. Perguntei à esposa e ela me disse que foi impossível ele reagir, pois foi muito rápido”, relatou.
O relatório preliminar do legista indicou que Gomes foi atingido por dois tiros. Uma das balas entrou pelo rosto, na altura da mandíbula, e saiu pelas costas; o outro impacto foi no peito. Segundo o relatório, a provável causa da morte foi um choque hipovolêmico devido aos disparos.
Investigações e Acusações de Lavagem de Dinheiro
O deputado e seu filho foram acusados pelo Ministério Público de estarem envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro proveniente do narcotráfico e por associação criminosa. Outras três pessoas também foram acusadas no mesmo caso: Luis María Zubizarreta, John Gerald Mathías e o brasileiro Óscar Daniel Cabrera.
O nome de Eulalio Gomes já havia surgido em investigações anteriores relacionadas ao crime organizado. Em abril deste ano, um meio de comunicação brasileiro revelou que Gomes teria ajudado Ronaldo Mendes Nunes, suposto integrante do grupo criminoso Comando Vermelho, a escapar da polícia paraguaia. Além disso, outros relatos do Brasil o ligavam aos narcotraficantes Luis Carlos da Rocha, conhecido como “Cabeça Branca”, e Antonio Da Motta.
Apesar das acusações, o deputado Gomes sempre negou qualquer envolvimento com o narcotráfico. Contudo, sua implicação na recente operação “Pavo Real II” e seu trágico desfecho lançam novas dúvidas sobre suas atividades e as de seu entorno familiar, em uma região marcada pela violência e pelo crime organizado, relatou o meio de comunicação ABC do Paraguai.