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Negociadores chegaram a um acordo na quarta-feira (15) para um cessar-fogo na guerra de Gaza entre Israel e Hamas, após 15 meses de conflito que resultaram na morte de dezenas de milhares de palestinos e agravaram as tensões no Oriente Médio.
O primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohamed bin Abderrahman, que atuou como mediador entre as partes em conflito, anunciou os principais pontos do acordo, alcançado com a mediação do Catar, Egito e Estados Unidos. A primeira fase do cessar-fogo terá duração de 42 dias, permitindo a entrada de ajuda humanitária e combustível em toda a Faixa de Gaza, além da reabilitação de hospitais.
Nesta primeira fase, o Hamas libertará 33 reféns israelenses em troca da liberação de prisioneiros palestinos, embora o número exato de prisioneiros palestinos não tenha sido especificado. Durante o processo, as partes definirão os detalhes da segunda e terceira fases do cessar-fogo.
Os principais pontos do acordo de cessar-fogo incluem:
- Uma fase inicial de cessar-fogo de seis semanas, com a retirada gradual das forças israelenses do centro de Gaza e o retorno dos palestinos deslocados para o norte da Faixa de Gaza.
- O acordo prevê a entrada diária de 600 caminhões de ajuda humanitária em Gaza durante o cessar-fogo, com 50 caminhões transportando combustível e 300 caminhões destinados ao norte.
- O Hamas libertará 33 reféns israelenses, incluindo mulheres (civis e soldados), crianças e homens com mais de 50 anos. As mulheres reféns e menores de 19 anos serão libertados primeiro, seguidos pelos homens acima de 50 anos.
- Israel libertará 30 prisioneiros palestinos para cada refém civil e 50 prisioneiros palestinos para cada mulher soldado israelense libertada pelo Hamas.
- Israel libertará todas as mulheres e crianças palestinas com menos de 19 anos detidas desde 7 de outubro de 2023 até o final da primeira fase. O número total de palestinos libertados pode variar entre 990 e 1.650 prisioneiros, incluindo homens, mulheres e crianças.
- O Hamas libertará os reféns ao longo de seis semanas, com pelo menos três reféns libertados por semana, e o restante antes do fim do período.
- A implementação do acordo será garantida pelo Catar, Egito e Estados Unidos.
- As negociações sobre a segunda fase do acordo começarão no 16º dia da primeira fase e devem incluir a liberação de todos os reféns restantes, incluindo os soldados israelenses, um cessar-fogo permanente e a retirada completa das forças israelenses.
- A terceira fase incluirá o retorno dos corpos restantes e o início da reconstrução de Gaza, supervisionada por Egito, Catar e as Nações Unidas.
O acordo, fruto de semanas de negociações em Doha, ainda precisa da aprovação do gabinete israelense, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, embora se espere que entre em vigor nos próximos dias. Até o momento, Israel não emitiu comentários oficiais sobre o anúncio.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou nesta quarta-feira que o acordo de cessar-fogo em Gaza deve ser seguido de negociações para alcançar um fim permanente das hostilidades. “Precisamos negociar para alcançar um cessar-fogo permanente, para que Israel retire todas as suas forças de Gaza e o Hamas não volte a entrar, estabelecendo os acordos necessários de governança, segurança e reconstrução para que Gaza possa avançar. Isso está resolvido? Não”, afirmou.