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O gabinete de segurança de Israel aprovou nesta sexta-feira o acordo de cessar-fogo e liberação de reféns alcançado com mediação do Catar, Egito e Estados Unidos, conforme informou a assessoria do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Agora, o acordo aguarda a aprovação do plenário.
Se aprovado, o cessar de hostilidades começará neste domingo, permitindo a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, enquanto os termos para o fim definitivo da guerra são finalizados.
Na quinta-feira, o gabinete de Netanyahu acusou o Hamas de descumprir partes essenciais do acordo para extorquir concessões de última hora, uma acusação que o Hamas negou.
Israel anunciou na manhã desta sexta-feira que havia alcançado um “acordo para liberar os reféns” e convocou uma reunião de seu gabinete de segurança para aprovar o entendimento entre as partes.
“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi informado pela equipe negociadora de que foram alcançados acordos sobre um trato para a liberação dos reféns”, disse a assessoria em comunicado. “O governo se reunirá para aprovar o acordo”, acrescentou.
Durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do governo israelense, David Mencer, indicou que as demandas do Hamas estavam vinculadas ao desdobramento das forças israelenses no corredor Filadélfia e à intenção de selecionar os prisioneiros palestinos que seriam libertados em troca dos reféns.
Por sua vez, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou confiança de que a trégua será implementada conforme planejado. “Estou confiante e espero plenamente que a implementação comece neste domingo”, afirmou na quinta-feira.
A negociação gerou divisões dentro do governo israelense. Dois membros do gabinete, incluindo o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, manifestaram oposição ao acordo. Gvir qualificou o pacto como “irresponsável” e ameaçou abandonar o governo, embora não a coalizão. Enquanto isso, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, considerou o acordo um “trato perigoso”.
Entretanto, a oposição e a comunidade internacional pressionaram a favor do acordo, destacando a importância de deter a escalada do conflito e de libertar os reféns que permanecem em Gaza.
Apesar do anúncio do acordo, os bombardeios israelenses sobre Gaza continuaram, com a morte de pelo menos 80 pessoas desde quarta-feira, segundo a agência de defesa civil de Gaza. O braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, advertiu que esses ataques colocam em risco a vida dos reféns que se espera liberar, alertando que poderiam transformar sua “liberdade… em uma tragédia”.
Em Israel, o ataque inicial do Hamas causou a morte de 1.210 pessoas, a maioria civis, e o sequestro de 251 reféns.
Detalhes do Acordo
O cessar-fogo, anunciado na quarta-feira pelo primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, contempla:
- Uma trégua inicial de 42 dias, durante a qual as forças israelenses se retirarão das áreas densamente povoadas de Gaza.
- A liberação de 33 reféns israelenses, incluindo mulheres, crianças, idosos e pessoas com doenças graves ou feridas.
- O retorno dos palestinos deslocados para suas casas em Gaza.
- A retirada das forças do Hamas ao norte do rio Litani e o desmantelamento de qualquer infraestrutura militar no sul do enclave.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, destacou que o acordo trará assistência humanitária crucial para os civis palestinos e reunirá os reféns com suas famílias. Além disso, afirmou que a segunda fase do acordo pode representar um “fim permanente da guerra”.
França e Arábia Saudita apoiaram firmemente o pacto, comprometendo-se a ajudar na reconstrução do país. Segundo o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) nos territórios palestinos, Rik Peeperkorn, serão necessários pelo menos 10 bilhões de dólares nos próximos cinco a sete anos para reconstruir o sistema de saúde de Gaza, devastado pelo conflito.
A UNRWA, agência da ONU para os refugiados palestinos, também expressou apoio ao acordo, mas alertou sobre a necessidade de um acesso humanitário rápido e sem restrições para atender às vítimas do conflito.
Em declaração na quinta-feira, os líderes do G7 qualificaram o acordo de cessar-fogo como “um avanço significativo” e instaram Israel e Hamas a trabalharem para sua “plena implementação”.
(Com informações da AFP)
