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O Congresso do Peru se tornou recentemente o epicentro de um escândalo político que chamou a atenção internacional. O assassinato de Andrea Vidal, advogada e ex-assistente parlamentar, desencadeou revelações sobre uma suposta rede de prostituição dentro da instituição parlamentar, envolvendo políticos em práticas de corrupção. O crime, executado por criminosos que dispararam 40 tiros contra o veículo de Vidal, foi descrito como profissional, sugerindo que ela estava prestes a expor o escândalo.
Segundo o The Telegraph, a polícia não encontrou vestígios de roubo após o ataque, indicando que Vidal era um alvo específico. A investigação revelou uma operação de prostituição que estaria sendo conduzida no próprio Congresso. De acordo com The Telegraph, o caso trouxe à tona práticas deploráveis, surpreendendo até mesmos os críticos mais severos da política peruana.
O escândalo gerou reação popular significativa. Em resposta à pressão, o Congresso peruano implementou uma medida polêmica: proibiu assistentes femininas de usarem minissaias e shorts. “A controvérsia marca um novo ponto baixo para o que já pode ser o órgão legislativo menos popular do mundo, com um índice de aprovação consistentemente em dígitos únicos”, destacou o jornal britânico.
A reportagem do The Telegraph também aponta atitudes medievais em relação às mulheres no parlamento, sendo comparadas às do Talibã, refletindo preocupações profundas sobre o tratamento de mulheres no ambiente legislativo peruano, considerado retrógrado por críticos.
Figuras de alto perfil foram ligadas ao escândalo, notadamente César Acuña, líder do partido Alianza para el Progreso, vinculado a Jorge Luis Torres Saravia, apontado como responsável pela suposta rede de prostituição no Congresso. Saravia foi demitido de seu cargo após as revelações. Acuña defendeu-se acusando veículos de manipulação para prejudicar seu partido, mas a conexão com Saravia atraiu ainda mais atenção em meio às acusações de corrupção.
O veículo recorda que Acuña enfrentou controvérsias anteriores, como acusações de plágio em sua tese de doutorado e suspeitas de lavagem de dinheiro nos EUA, das quais ele se defende. Conexões políticas podem ter influenciado um possível encobrimento do escândalo, alimentando a crise de credibilidade.
Além da rede de prostituição, o Congresso peruano enfrenta outros escândalos, como a acusação de estupro contra o congressista José Jerí durante uma festa de Ano Novo. O veículo ressalta como denúncias de violência sexual mancham ainda mais a reputação dos políticos peruanos. Com mais da metade dos membros do Congresso sob investigação por crimes como suborno e violência doméstica, a desconfiança em relação aos legisladores só cresce.
Esta situação acentua a impopularidade de uma instituição já em descrédito devido à aprovação de leis que favorecem o crime organizado, especialmente em áreas de narcotráfico e mineração ilega.
O escândalo também envolve a presidente Dina Boluarte, associada ao Congresso através de alianças políticas e acusações de corrupção em seu governo. Boluarte, que assumiu o cargo em 2021, já enfrentou investigações, incluindo o “Rolexgate”, e denúncias de abandono do cargo para uma cirurgia secreta no nariz. O irmão da presidente, Nicanor Boluarte, também está envolvido em investigações por suborno e tráfico de influência. “Ela (Boluarte) admite a cirurgia, mas insiste que foi medicamente necessária e alega que sua coleção de joias de 400.000 libras esterlinas, adquirida com seu salário presidencial de 40.000 libras, é fruto de seu próprio trabalho árduo”, reportou o jornal.
