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Donald Trump acusou neste sábado o governo do México de ter “uma aliança” com os cartéis do narcotráfico e impôs tarifas aduaneiras, junto com o Canadá e a China, até que o país coopere na luta contra as drogas.
Desde que retornou à Casa Branca no dia 20 de janeiro, o presidente republicano lidera uma diplomacia agressiva em sua luta implacável contra os cartéis e as gangues, que declarou “organizações terroristas”, além de combater a imigração irregular.
“Esses cartéis têm uma aliança com o governo do México e colocam em risco a segurança nacional e a saúde pública dos Estados Unidos”, afirmou a Casa Branca.
Além disso, o presidente americano os acusou de serem os principais traficantes de fentanil, metanfetamina e outras drogas, que têm colocado em risco a saúde dos cidadãos norte-americanos.
A Casa Branca também acusou o governo do México de ter fornecido “refúgios seguros para que os cartéis se dediquem à fabricação e ao transporte” de drogas. Esses narcóticos “provocaram a morte por overdose de centenas de milhares de vítimas americanas”, afirmou o Executivo em um comunicado.
Cabe destacar que, nesse sentido, a Administração de Controle de Drogas (DEA, na sigla em inglês) em seu último relatório identificou o Cartel de Sinaloa e o Cartel de Jalisco Nova Geração (CJNG) como as duas organizações que traficam fentanil para os Estados Unidos.
No dia 20 de janeiro, quando tomou posse como o 47º presidente dos Estados Unidos, Trump anunciou uma das primeiras medidas de seu governo: designar os cartéis do narcotráfico como “organizações terroristas estrangeiras” (FTOs, na sigla em inglês).
Entre os cartéis mexicanos que poderiam ser classificados como organizações terroristas estão dois dos cartéis transnacionais: o Cartel de Sinaloa e o Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), mas também outros sete grupos criminosos que operam em menor escala e que foram destacados em relatórios anteriores da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA).
Como previsto, neste sábado à tarde, Trump assinou a ordem executiva para impor tarifas de 25% ao México e Canadá, além de 10% à China, devido à crise do fentanil enfrentada pelos Estados Unidos.
Essa decisão fará com que os produtores mexicanos tenham que pagar uma tarifa de 25%, que permanecerá “até que o México coopere com os Estados Unidos na luta contra as drogas”.
Por meio das redes sociais, o presidente dos Estados Unidos anunciou que a imposição de tarifas foi realizada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA, na sigla em inglês), devido à ameaça de migrantes ilegais e drogas.
“Isso foi feito (…) devido à grande ameaça de imigrantes ilegais e drogas mortais que matam nossos cidadãos, incluindo o fentanil. Precisamos proteger os americanos, e é meu dever como presidente garantir a segurança de todos. Fiz uma promessa em minha campanha de deter a avalanche de imigrantes ilegais e drogas que cruzam nossas fronteiras, e os americanos votaram esmagadoramente a favor disso.”
O objetivo de Trump é claro: “proteger os americanos da crise do fentanil”, um opioide sintético 50 vezes mais potente que a heroína. De fato, o fentanil é a principal causa de morte entre os americanos de 18 a 45 anos, de acordo com as autoridades de saúde dos Estados Unidos.
Por sua vez, o presidente americano advertiu que as tarifas à China também serão mantidas até que haja “cooperação plena” por parte do regime de Xi Jinping na luta contra o fentanil. A Casa Branca acusa Pequim de desempenhar “um papel central” nessa crise e ao “Partido Comunista” que governa o país de ter “subvencionado empresas químicas chinesas para exportar fentanil”.
Na opinião dele, “a China não só não consegue conter a fonte de drogas ilícitas, mas contribui ativamente para esse negócio”.
Sheinbaum afirma que a economia mexicana é “forte”
Justo quando a Casa Branca anunciava as medidas, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, falava em um ato público. Não fez menção explícita ao tema, mas reiterou sua posição anterior: “Eu estou tranquila, com a cabeça fria, porque sei que a economia do México é muito poderosa, muito forte (…). Não me sinto sozinha.”
A mandatária havia afirmado anteriormente que seu governo está preparado com pelo menos três planos. “Temos o Plano A, o Plano B e o Plano C para o que decidir o governo dos Estados Unidos (…) É importante lembrar as implicações que a imposição de tarifas pode ter para a economia dos EUA.”
Neste sábado, após a assinatura da ordem executiva por parte de Trump, a presidente do México reafirmou sua tranquilidade e enfatizou que o país negocia com a cabeça erguida.
“Quando negociamos com outras nações, quando conversamos com outras nações, sempre com a cabeça erguida. Somos iguais com todas as nações do mundo. O México é um país livre e soberano”, comentou em um evento em Chicoloapan, Estado do México.
