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A Polícia do Reino Unido prendeu, nesta terça-feira (11), o capitão do cargueiro sob suspeita de homicídio involuntário, após este ter colidido com um petroleiro no Mar do Norte, na segunda-feira (10).
O proprietário do navio Solong, da companhia alemã Ernest Russ, informou em um comunicado que “o capitão do porta-contêineres foi detido pela polícia de Humberside”, no norte do país, e que ele e “toda a nossa equipe estão ajudando ativamente nas investigações”. O comunicado não especificou se a autoridade máxima da embarcação era o único dos 14 tripulantes do navio que estava desaparecido, mas, pouco depois, o subsecretário de Transporte, Mike Kane, afirmou que essa pessoa “provavelmente faleceu”.
Na manhã desta segunda-feira, o cargueiro colidiu com um petroleiro no Mar do Norte, desencadeando intensas colunas de fumaça e um incêndio que, até esta terça-feira de manhã, ainda estava ativo. Além disso, pelo menos 32 pessoas ficaram feridas, e as autoridades locais foram colocadas em alerta devido ao risco de contaminação, já que um dos contêineres com querosene se rompeu, gerando um vazamento.
Foi confirmado ao longo do dia que o petroleiro envolvido no acidente é o “MV Stena Immaculate”, da empresa norte-americana Crowley, que havia partido da Grécia e estava ancorado no porto de Grimsby com produtos químicos e petróleo. Por sua vez, o Solong, com bandeira de Portugal, estava fazendo o trajeto Grangemouth, Escócia, a Rotterdam, Países Baixos, quando o incidente ocorreu, transportando uma quantidade indeterminada de álcool e produtos químicos.
A colisão gerou uma série de perguntas entre especialistas marítimos, que tentam entender o que pode ter causado o acidente e como, com a tecnologia avançada existente, a colisão não pôde ser evitada.
O oceanógrafo Simon Boxall afirmou, quase sem hesitar, que o acidente foi resultado da “incompetência” do Solong.
“É incomum que esse acidente tenha ocorrido, pois o navio Stena, cheio de combustível de aviação, estava ancorado, e o navio português Solong basicamente colidiu com ele”, afirmou. Ele também observou que “não há razão para que, no século XXI, dois navios colidam”, devido às vastas ferramentas de navegação disponíveis, mas lembrou que, ainda assim, “é responsabilidade dos humanos navegar o navio”.
Nesse mesmo sentido, o especialista marítimo da Universidade de Southampton, Seyedvahid Vakili, afirmou que o erro humano foi a principal causa da colisão, especialmente pela pressão a que os tripulantes de navios porta-contêineres geralmente estão submetidos.
“Uma das principais causas do erro humano pode ser a fadiga, especialmente para os navios porta-contêineres. Isso ocorre porque eles visitam muitos portos em um curto período de tempo”, explicou.
Vakili também mencionou a possibilidade de uma atividade maliciosa externa que poderia ter interferido na navegação, já que o petroleiro operava sob contrato com o Governo dos Estados Unidos e transportava combustível para uso militar.
Dessa forma, o especialista reconheceu que “os ciberataques são uma das maiores ameaças para os navios”, embora tenha apontado que “nesta fase, neste navio, não acredito que um ciberataque tenha sido a causa principal da colisão”.
(Com informações da AFP)
