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O Irã seria forçado a desenvolver armas nucleares se fosse atacado pelos Estados Unidos ou por Israel, advertiu um assessor do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, após as ameaças do presidente americano, Donald Trump.
“Não estamos desenvolvendo armas (nucleares), mas se fizerem algo errado na questão nuclear iraniana, obrigarão o Irã a avançar nessa direção porque tem que se defender”, disse na noite passada à televisão estatal Ali Larijani, assessor de Khamenei.
“Se em algum momento decidirem (os EUA) bombardear eles mesmos ou através de Israel, obrigarão o Irã a tomar uma decisão diferente”, continuou o ex-presidente do Parlamento.
“O Irã não quer fazer isso, mas não terá outra opção”, acrescentou.
“Israel sozinho não pode enfrentar o Irã e sempre foi a ferramenta dos Estados Unidos na região. Este regime quer arrastar Washington para um conflito direto com o Irã exagerando a situação”, argumentou.
A advertência de Larijani ocorre em meio a renovadas tensões entre Teerã e Washington a respeito do programa nuclear iraniano.
Trump ameaçou o Irã no domingo com bombardeios e tarifas secundárias se não chegarem a um acordo sobre seu programa nuclear, depois que na semana passada Teerã rejeitou negociações diretas com Washington.
Teerã fechou a porta para manter conversas diretas sob as ameaças de Trump, mas se mostrou disposto a iniciar negociações indiretas.
Khamenei advertiu ontem que seus rivais “receberão um golpe recíproco e forte” se o país for atacado.
“Ameaçam que cometerão uma maldade. Se cometerem alguma maldade, receberão um golpe recíproco e forte”, disse Khamenei em um discurso por ocasião do Eid al-Fitr, a festa que marca o fim do mês do Ramadã, na mesquita Mosalla de Teerã.
A Guarda Revolucionária Iraniana se somou às advertências de maneira mais específica.
“Se você mora em uma casa de vidro, não jogue pedras. Os americanos têm pelo menos dez bases com 50.000 soldados na região, o que significa que vivem em uma casa de vidro”, afirmou o comandante da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, Amir Ali Hajizadeh.
O Irã mantém há décadas que seu programa nuclear tem um uso exclusivamente civil e pacífico, em meio às suspeitas ocidentais de que busca armas atômicas.
Khamenei, a máxima autoridade religiosa e política da República Islâmica do Irã, emitiu uma fatwa – decreto religioso – que declarou “haram” (proibido) as armas nucleares e biológicas em 2003.
Mas periodicamente surgem vozes ultraconservadoras que pedem que o país se arme nuclearmente, ou em momentos de grandes tensões entre Irã e Estados Unidos ou Israel.
Trump retirou de forma unilateral em 2018 os Estados Unidos do histórico acordo nuclear assinado três anos antes e impôs uma série de sanções contra Teerã que levaram o país a reduzir seus compromissos com o pacto até o retorno de Washington ao cumprimento de suas cláusulas. Desde seu retorno à Casa Branca, o magnata republicano voltou a ativar uma ampla série de sanções, algo criticado pelo Governo iraniano.
(com informações de EFE e EP)
