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Veneza começou nesta sexta-feira (18) a aplicar, pelo segundo ano consecutivo, uma taxa de entrada para os visitantes que não pernoitam na cidade, como parte de uma estratégia para enfrentar o turismo de massa que tem ameaçado seu status como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.
A taxa, que varia entre 5 e 10 euros (entre 27 e 54 reais, na cotação atual), é aplicada a quem acessa o centro histórico sem acomodação reservada. Segundo as autoridades locais, os visitantes que baixam com antecedência um código QR pagam 5 euros, enquanto quem o faz de última hora desembolsa 10 euros. Esse código deve ser apresentado entre 8h30 e 16h00 em pontos de acesso como a estação ferroviária de Santa Lucia, o terminal de ônibus de Piazzale Roma e o estacionamento de Tronchetto.
A medida abrange 54 dias durante 2025, principalmente fins de semana e feriados entre 18 de abril e 27 de julho, ampliando assim o calendário de aplicação em relação ao ano anterior, quando se limitou a 29 dias. Este ano inclui semanas completas em torno de feriados e estende o período de fins de semana para incluir as sextas-feiras.
O imposto, que busca reduzir a pressão sobre a infraestrutura urbana e os serviços, foi crucial para que a UNESCO não incluísse Veneza em sua lista de sítios em perigo, depois de ter considerado seriamente essa possibilidade em 2023. No entanto, críticos do sistema, como o vereador Giovanni Andrea Martini, sustentam que a iniciativa tem sido ineficaz para dissuadir o fluxo de turistas. Martini apontou que nos primeiros 11 dias de aplicação em 2024, a média diária foi de 75 mil visitantes, cerca de 10 mil a mais do que nos três principais feriados do ano anterior.
Durante o programa piloto de 2024, cerca de 450 mil pessoas pagaram a taxa, gerando uma receita de 2,4 milhões de euros (aproximadamente 13 milhões de reais). No entanto, o custo operacional do sistema foi de 2,7 milhões de euros (cerca de 14,6 milhões de reais). O responsável pelas finanças da prefeitura, Michele Zuin, antecipou para este ano um superávit entre 1 e 1,5 milhão de euros (entre 5,4 e 8,1 milhões de reais), que será destinado a serviços públicos como a coleta de lixo.
Até o momento, 77 mil pessoas se registraram para entrar na cidade em 2025, enquanto outras 117 mil solicitaram isenções. Estas são concedidas a residentes, trabalhadores, estudantes, proprietários que pagam impostos locais e pessoas que vivem na região do Vêneto, entre outros grupos.
O centro histórico de Veneza, composto por mais de 100 ilhas conectadas por pontes de pedestres e canais, abriga atualmente 48.283 residentes, um número que caiu drasticamente desde o pico de 174 mil habitantes registrado em 1951. A perda de população tem sido atribuída ao declínio da indústria local, ao aumento do custo de vida e à concentração do tecido econômico no turismo.
De acordo com dados de abril fornecidos pelo grupo ativista Ocio, há 51.129 camas disponíveis para turistas no centro histórico, 12.627 delas em acomodações de aluguel de curta duração menos regulamentadas. Esse número supera, desde 2023, o número total de residentes permanentes.
Desde 2020, os dados coletados por meio de sinais de telefonia móvel pela Sala de Controle Inteligente do município confirmam entre 25 e 30 milhões de chegadas anuais, combinando visitantes de um dia e hóspedes que pernoitam na cidade.
(Com informações da AP)
