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O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, concedeu “plenos poderes” ao ministro das Relações Exteriores do país, Abbas Araqchi, para negociar, a seu critério, um novo acordo nuclear com os Estados Unidos. As conversas ocorrem neste sábado, em Roma, com base em uma proposta de nove pontos que inclui garantias de manutenção do pacto, eliminação de sanções contra a república islâmica e medidas para conter países considerados “provocadores”, como Israel.
O anúncio foi feito por Ali Shamkani, assessor político de Khamenei, no início da segunda rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano na capital italiana. Araqchi participa das conversas em um formato indireto com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff.
Essas tratativas marcam a primeira iniciativa formal do tipo desde que o ex-presidente Donald Trump decidiu abandonar unilateralmente, em 2018, o Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês), acordo firmado em 2015 entre o Irã e as principais potências mundiais — incluindo os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, além da Alemanha e da União Europeia. O pacto previa limites ao programa nuclear iraniano em troca do fim das sanções econômicas e do retorno do país ao mercado internacional.
Trump justificou a saída afirmando que o acordo era ineficaz e que o Irã estava prestes a obter armas nucleares, apesar das negativas constantes de Teerã. O Irã, por sua vez, sempre sustentou que seu programa tem fins exclusivamente pacíficos.
Segundo Shamkani, a proposta atual apresentada por Teerã exige seriedade, garantias, equilíbrio, agilidade, fim das ameaças, retirada de sanções, rejeição ao modelo líbio — em alusão ao acordo de 2003 firmado por Muamar Kadafi — e contenção de países desestabilizadores. A proposta também prevê estímulo à entrada de investimentos, “sem concessões”.
O regime iraniano vê com desconfiança o precedente da Líbia, cujas concessões nucleares, segundo analistas iranianos, culminaram na queda de Kadafi durante a Primavera Árabe, oito anos depois.
Acordo em três fases
O Irã propôs um acordo em três fases: inicialmente, comprometer-se-ia a reduzir a velocidade de enriquecimento de urânio em troca do levantamento de sanções financeiras e da permissão para exportar petróleo. Em seguida, autorizaria inspeções técnicas sob comando da ONU. Por fim, entregaria o urânio enriquecido a um terceiro país — caso o Congresso dos EUA aprove o novo pacto discutido neste sábado em Roma.
Essa proposta foi analisada durante uma reunião de cúpula na Sala de Situação da Casa Branca, com a presença de Donald Trump, do vice-presidente JD Vance, do secretário de Estado Marco Rubio, do secretário de Defesa Pete Hegseth, do conselheiro de segurança nacional Mike Waltz, do diretor da CIA John Ratcliffe e do enviado Steve Witkoff.
Embora todos tenham concordado sobre a natureza política do regime iraniano, divergências táticas vieram à tona. Vance e Witkoff defenderam esgotar as alternativas diplomáticas antes de considerar uma ação militar. Já Rubio e Waltz demonstraram ceticismo quanto à eficácia de negociações tradicionais para conter o fundamentalismo do governo de Teerã.
Com informações de agencias internacionais
