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Uma “forte explosão” foi ouvida neste domingo na província de Bushehr, no sul do Irã, onde opera a única central nuclear ativa do país. O incidente acontece horas depois dos ataques lançados pelos Estados Unidos contra três centros-chave do programa nuclear iraniano: Natanz, Isfahã e Fordow. Outra explosão também foi reportada na província de Yazd, no centro do país, segundo agências de notícias estatais.
O jornal Shargh atribuiu o ataque em Bushehr a Israel, sem apresentar provas. Esse episódio marca um novo capítulo nas acusações cruzadas entre Irã e Israel, que desde 13 de junho têm trocado bombardeios e ataques com drones quase diariamente. O conflito se intensificou com a recente ofensiva aérea dos Estados Unidos, que, segundo o Pentágono, destruiu instalações nucleares iranianas com bombardeiros B-2 e mísseis Tomahawk lançados de submarinos.
Reações Oficiais e Alertas Internacionais
As autoridades de Teerã afirmam que não há risco para a população próxima aos locais atacados. “Os habitantes de Natanz, Isfahã e Fordo podem seguir com suas vidas normalmente”, garantiu a porta-voz do governo, Fatemeh Mohajerani, em entrevista televisiva. A Agência Internacional de Energia Atômica (OIEA) indicou que, até o momento, não foram detectados níveis elevados de radiação fora das áreas afetadas. No entanto, o organismo havia alertado previamente que um ataque contra a central de Bushehr poderia desencadear “uma liberação muito elevada de radioatividade” com efeitos a “centenas de quilômetros”.
No plano diplomático, o Irã acusou os Estados Unidos e Israel de inviabilizarem o diálogo com seus ataques. O ministro das Relações Exteriores, Abás Araqchi, publicou neste domingo uma mensagem na rede social X onde responsabilizou Israel por ter “torpedeado as negociações” entre Teerã e Washington desde que lançou sua ofensiva militar em 13 de junho. “Agora foi os Estados Unidos quem repete o gesto”, escreveu Araqchi, em alusão aos bombardeios de domingo, ocorridos apenas dois dias após reuniões com chanceleres europeus em Genebra.
Trump Celebras Operação e Adverte o Irã
Por sua vez, o ex-presidente Donald Trump celebrou a operação e afirmou que as instalações nucleares iranianas foram “completamente destruídas”. Além disso, advertiu que Washington lançará novos ataques se o Irã não escolher o caminho da paz. Segundo funcionários americanos, os ataques não foram dirigidos contra tropas ou população civil, mas exclusivamente contra infraestrutura nuclear estratégica.
Nos últimos dez dias, os bombardeios israelenses também atingiram centros militares e científicos, provocando a morte de altos comandantes e técnicos ligados ao programa nuclear. O Irã, que nega estar desenvolvendo uma arma atômica e sustenta que seu programa tem fins civis, respondeu com mísseis e drones, a maioria interceptados pelo sistema de defesa aérea israelense.
Preocupação Global e Apelos por Contenção
Enquanto a violência escala, cresce a preocupação internacional por uma escalada regional de consequências imprevisíveis. Da Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, instou o Irã a se comprometer com “uma solução diplomática crível”, enquanto a Alta Representante Kaja Kallas convocou uma reunião urgente dos ministros das Relações Exteriores da UE.
Em paralelo, organismos humanitários como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha advertiram que uma intensificação do conflito poderia levar a uma guerra de consequências “irreversíveis”, e instaram ao respeito do direito internacional humanitário e à proteção da população civil. A China condenou “energicamente” o ataque dos Estados Unidos e pediu “contenção imediata”, dirigindo seu apelo “especialmente a Israel”.
