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O presidente americano Donald Trump anunciou nesta quarta-feira que os Estados Unidos manterão conversas com o Irã “na próxima semana”, retomando um diálogo interrompido pelo recente conflito entre Israel e Teerã, após o cessar-fogo acordado na terça-feira entre os dois países.
“Falaremos na próxima semana com o Irã, poderemos assinar um acordo, ainda não sei”, declarou Trump durante uma coletiva de imprensa ao final da cúpula da OTAN em Haia. O anúncio ocorre apenas três dias depois de ter ordenado bombardeios contra três instalações nucleares iranianas no domingo.
Trump insistiu que não está particularmente interessado em reiniciar as negociações com o Irã, alegando que os ataques americanos destruíram seu programa nuclear. “Tal como vejo, eles lutaram, a guerra terminou”, assinalou o mandatário.
As declarações de Trump sobre o alcance dos bombardeios têm gerado controvérsia após vazamentos de inteligência americana que contradizem sua versão. O presidente afirmou na quarta-feira que a “inteligência coletada” desde os ataques mostra que as instalações nucleares iranianas foram “obliteradas”.
No entanto, um relatório vazado de inteligência americana revelou que o dano apenas atrasou o programa nuclear iraniano “alguns poucos meses”, uma avaliação muito diferente da apresentada publicamente pela administração.
Para contrapor essas filtragens, a Casa Branca distribuiu uma declaração da Comissão de Energia Atômica de Israel que respaldava a versão oficial. “Avaliamos que os ataques americanos às instalações nucleares do Irã, combinados com os ataques israelenses a outros elementos do programa nuclear militar do Irã, atrasaram a capacidade do Irã de desenvolver armas nucleares por muitos anos”, assinalou o comunicado israelense.
Trump criticou duramente os meios de comunicação por reportar a avaliação de inteligência vazada, classificando-os de “repugnantes” e “muito injustos” com os pilotos que “arriscaram suas vidas pelo nosso país”.
Advertências sobre a Fragilidade do Cessar-Fogo e Apelos Diplomáticos
Apesar do otimismo demonstrado sobre as futuras conversas, Trump advertiu que tanto Israel quanto Irã estão “cansados”, mas que o conflito poderia ser retomado. “Lidei com ambos e ambos estão cansados, exaustos… e pode começar de novo? Suponho que um dia pode. Poderia talvez começar em breve”, declarou a jornalistas.
O presidente francês Emmanuel Macron reforçou essas preocupações, advertindo que o cessar-fogo entre Irã e Israel é “volátil e frágil”. Após a cúpula da OTAN, Macron expressou sua esperança de que o cessar-fogo se mantenha e pediu a retomada das negociações diplomáticas sobre o programa nuclear iraniano.
“Deveríamos retomar o trabalho diplomático e técnico sobre a questão nuclear” com Irã, Estados Unidos e os países europeus, declarou Macron à Associated Press. “Nas próximas semanas teremos que tomar uma decisão sobre este tema”, acrescentou.
A missão do Irã nas Nações Unidas publicou nas redes sociais que as “ameaças, intimidação e uso da força militar” demonstraram ser “inúteis”. “A lógica da guerra falhou: voltem à lógica da diplomacia”, escreveu a conta oficial.
Rafael Grossi, diretor-geral do Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA), indicou na quarta-feira que sua máxima prioridade é conseguir que seus inspetores retornem às instalações nucleares iranianas para avaliar o impacto dos ataques militares americanos e israelenses e verificar as existências de urânio enriquecido.
“Esta é a prioridade número 1”, declarou Grossi durante uma coletiva de imprensa em uma reunião do gabinete de segurança austríaco. O funcionário busca o retorno dos inspetores aos locais iranianos, incluindo as três plantas onde o urânio era enriquecido até que Israel lançou os ataques em 13 de junho.
Grossi revelou que recebeu uma carta do Irã em 13 de junho, na qual o país informava que tomaria “medidas especiais” para proteger seus materiais e equipamentos nucleares, particularmente suas existências de urânio enriquecido até 60% de pureza, próximo ao grau militar.
O Irã não comentou imediatamente sobre o anúncio de Trump a respeito das conversas programadas para a próxima semana.
