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O Senado dos Estados Unidos, controlado pelos republicanos, aprovou nesta terça-feira (1º) por uma margem apertada o projeto de gastos promovido pelo presidente Donald Trump. A iniciativa prevê uma ambiciosa expansão dos cortes fiscais implementados durante seu primeiro mandato, além de profundos cortes em programas sociais e um aumento no gasto com defesa e controle de fronteiras.
A votação terminou em um empate de 50 a 50, o que exigiu a intervenção do vice-presidente J.D. Vance no plenário para emitir o voto de desempate, garantindo a aprovação do texto após uma sessão maratônica de debate legislativo.
O projeto, que agora será discutido na Câmara dos Representantes, enfrenta oposição unificada do Partido Democrata e divisões crescentes dentro do próprio partido republicano. Vários senadores republicanos expressaram preocupação com o impacto fiscal da medida — que, segundo estimativas da Oficina de Orçamento do Congresso (CBO), adicionaria US$ 3 trilhões à dívida pública na próxima década — e com os cortes propostos em áreas sensíveis como saúde, subsídios a energias renováveis e assistência alimentar.
Cortes fiscais e polêmicas
No centro do texto está uma prorrogação de US$ 4,5 trilhões em cortes de impostos, que Trump defendeu publicamente como “o grande e bonito projeto de lei”. Em uma mensagem publicada no Truth Social, o presidente garantiu: “EUA quer impostos reduzidos, incluindo nenhum imposto sobre as gorjetas, horas extras e a segurança social, segurança fronteiriça, um Exército forte e uma lei que é grandiosa para nossos camponeses, manufatureiros e o emprego geral”.
A aprovação no Senado ocorre semanas depois de a Câmara dos Representantes ter apoiado a versão inicial do plano, em 22 de maio. No entanto, a versão debatida na câmara alta incorpora novos cortes aos já estabelecidos, em particular a subsídios para veículos elétricos e energias limpas, o que acentuou as tensões entre os legisladores republicanos.
Um dos votos-chave contra dentro do partido no poder foi o do senador Thom Tillis, da Carolina do Norte, que se opôs até mesmo à abertura do debate legislativo. Em um comunicado, ele alertou que a proposta “resultaria na perda de dezenas de milhares de milhões de dólares de fundos para a Carolina do Norte, incluindo hospitais e comunidades rurais”. Trump respondeu com dureza em suas redes sociais: “Thom Tillis está cometendo um grande erro para os Estados Unidos e a maravilhosa gente da Carolina do Norte”.
Pressão de Trump e futuro incerto
Nos dias que antecederam a votação, Trump intensificou sua pressão sobre o Senado, com o objetivo de obter a aprovação final antes de 4 de julho. A data é simbólica para ele, que aspira a assinar a lei como um feito político durante as celebrações do Dia da Independência. A divulgação de um rascunho de 940 páginas no último sábado acentuou as divisões, ao confirmar os cortes adicionais incluídos na versão final do texto.
Com 53 cadeiras nas mãos republicanas, a margem de manobra no Senado era estreita. A bancada governista não podia perder mais de três votos sem recorrer ao desempate, cenário que finalmente se concretizou com a intervenção do vice-presidente.
À medida que a campanha eleitoral se aproxima, a Casa Branca busca capitalizar esta votação como uma vitória legislativa. No entanto, o elevado custo econômico e as tensões dentro do próprio partido antecipam um complexo percurso na Câmara dos Representantes, onde o desfecho ainda está longe de ser assegurado.
