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A economia dos Estados Unidos criou 147 mil novos postos de trabalho em junho, superando a expectativa dos analistas, que previam a geração de 110 mil vagas no período, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (3) pelo Departamento do Trabalho. A taxa de desemprego caiu para 4,1%, abaixo dos 4,3% esperados e dos 4,2% registrados em maio.
O desempenho reforça a resiliência do mercado de trabalho norte-americano, que segue aquecido desde o fim da pandemia de covid-19 e continua sustentando o consumo interno — um dos principais motores da maior economia do mundo.
Apesar dos bons números, o cenário não é isento de riscos. As tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos como aço, alumínio e automóveis têm gerado insegurança entre empresários e consumidores. A instabilidade se intensifica com as frequentes mudanças de posicionamento do republicano, que anuncia e depois recua na aplicação de impostos sobre importações, o que tem levado empresas a adiarem investimentos.
Com a possibilidade de novas tarifas entrarem em vigor já na próxima semana, especialistas acompanham de perto os possíveis impactos dessas medidas no mercado de trabalho.
Contradições e desaceleração nos salários
Segundo o Departamento do Trabalho, o setor de saúde e os governos estaduais foram os principais responsáveis pela criação de vagas em junho. Em contrapartida, o governo federal eliminou 7 mil postos no mês — parte de uma tendência iniciada em janeiro, quando Trump assumiu o cargo. Desde então, já foram cortadas 69 mil vagas federais.
Apesar da criação de empregos, o crescimento salarial perdeu força. Em junho, os salários aumentaram apenas 0,2% em relação ao mês anterior, contra 0,4% registrados em maio. No acumulado de 12 meses, a alta foi de 3,7%, também abaixo do ritmo anterior.
Os números oficiais contrastam com os dados divulgados na quarta-feira (2) pela empresa ADP, responsável pelo registro de pagamentos no setor privado. A entidade apontou uma forte desaceleração nas contratações, indicando que muitas empresas pararam de repor funcionários que deixam seus cargos — mesmo sem realizar demissões em massa.
Especialistas avaliam que as divergências entre os dados do governo e os da ADP não são incomuns e, juntos, ajudam a projetar tendências de longo prazo para o mercado de trabalho.
Com a inflação sob controle e diante da atual solidez do mercado de trabalho, os dados podem dar ao Federal Reserve (o banco central dos EUA) mais margem para manter estáveis as taxas de juros nos próximos meses — ao menos enquanto avalia os efeitos econômicos das tarifas impulsionadas por Trump.
