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O Egito confirmou nesta terça-feira a criação de um comitê administrativo palestino de 15 membros como parte dos esforços para gerenciar a Faixa de Gaza, após o recente acordo de alto o fogo entre Israel e o grupo Hamas, mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O novo comitê, composto por personalidades consideradas tecnocratas, terá como objetivo centralizar a administração do território e supervisionar a recuperação civil e humanitária da população gazatense.
O chanceler egípcio, Badr Abdelatty, informou que os nomes dos integrantes já foram verificados por Israel e aprovados por todas as facções palestinas, incluindo o Hamas.
“Precisamos implantá-los para atender a vida cotidiana da população de Gaza, enquanto o Conselho de Paz supervisiona o fluxo de recursos destinados à reconstrução”, explicou Abdelatty à agência de notícias The Associated Press, referindo-se à missão do comitê e à figura do Conselho, que seria presidido por Donald Trump.
O chanceler acrescentou que o Hamas apoiou o plano, mas não participará da administração durante o período de transição, comprometendo-se apenas a aceitar a presença do comitê de tecnocratas para garantir serviços e logística essenciais.
Abdelatty também destacou que o cumprimento do acordo exige a retirada gradual das forças israelenses da Faixa de Gaza, a entrada de ajuda humanitária e a segurança dos civis por meio da atuação efetiva do comitê. “Israel deve cumprir a retirada para permitir operações administrativas e a entrega de ajuda”, reforçou. O ministro egípcio enfatizou que a retomada da vida normal em Gaza dependerá do acesso contínuo a suprimentos e recursos para reconstrução.
Além disso, o Egito organizará uma cúpula internacional de recuperação e reconstrução com apoio de Alemanha e Estados Unidos, onde serão discutidos mecanismos de financiamento e coordenação internacional.
Paralelamente, fontes oficiais informaram à imprensa que o Cairo acordou com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) o envio de mais de 100 funcionários, entre administrativos e de segurança, para reabrir o ponto de passagem de Rafah nas próximas horas. A medida também será acompanhada por uma missão europeia que supervisionará o cruzamento, considerado crucial para a entrada de ajuda humanitária e bens.
Até o fechamento completo de Rafah em maio de 2024, após o controle da área pelo exército israelense, era o único ponto de acesso à Faixa de Gaza fora do controle israelense. A reabertura será organizada para permitir a entrada de maquinário pesado e início da limpeza e remoção de escombros, etapa fundamental para liberar ruas e recuperar acessos urbanos e hospitalares.
“Numerosos caminhões com maquinário pesado estão prontos na fronteira, aguardando autorização para iniciar os trabalhos de limpeza”, afirmou um funcionário egípcio sob condição de anonimato.
As autoridades egípcias destacaram que o objetivo é agilizar a distribuição de ajuda humanitária e médica, além de assegurar a reconstrução funcional do território, em coordenação total com todas as partes envolvidas e com organismos internacionais e humanitários. Não foi confirmado se a reabertura inicial permitirá o trânsito de pessoas, apenas de ajuda, mas qualquer decisão seguirá os termos do alto o fogo.
O acordo de alto o fogo, assinado em Sharm el-Sheikh durante uma cúpula de paz copresidida por Donald Trump e o presidente egípcio Abdelfatah al Sisi, possibilitou um intercâmbio humanitário e de prisioneiros. O Hamas entregou a Israel 20 reféns vivos e os corpos de quatro israelenses mortos, devendo entregar em breve os restos de outras 24 pessoas, enquanto Israel libertou centenas de prisioneiros palestinos, muitos deportados via Egito.
O acordo também prevê a abertura gradual de todos os pontos de passagem com Gaza e a entrada diária de até 600 caminhões com alimentos, medicamentos e outros suprimentos essenciais. Após a assinatura, mais de 400 caminhões cruzaram do Egito para Gaza via Kerem Shalom, mas a operação foi temporariamente suspensa devido a procedimentos de segurança para transporte de prisioneiros palestinos e ao fechamento do ponto durante uma festividade judaica.
(Com informações de The Associated Press e EFE)