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Os Estados Unidos realizam, nesta terça-feira (4), eleições estaduais e locais em seis estados — Nova York, Nova Jersey, Virgínia, Califórnia, Pensilvânia e Texas — em um pleito que serve como termômetro político do segundo mandato de Donald Trump e indica os rumos da disputa legislativa prevista para o próximo ano.
Os temas centrais das eleições variam entre habitação, economia e o futuro dos partidos tradicionais, mas a atenção nacional está concentrada em Nova York, onde Trump interveio publicamente na véspera da votação.
Em uma publicação na rede Truth Social, o presidente ameaçou cortar repasses federais à cidade caso o candidato socialista democrata Zohran Mamdani vença a disputa pela prefeitura.
“Se o candidato comunista Zohran Mamdani vencer as eleições para prefeito de Nova York, é muito improvável que eu contribua com fundos federais, além do mínimo indispensável”, escreveu Trump.
O presidente acrescentou que “como comunista, essa cidade, outrora grandiosa, não tem chances de sucesso ou sobrevivência”, e pediu votos para o ex-governador Andrew Cuomo, que concorre como independente.
“Prefiro ver um democrata com histórico de realizações do que um comunista sem experiência e com um histórico de fracassos”, afirmou Trump.
A disputa em Nova York reúne Mamdani, de 34 anos, Cuomo e o republicano Curtis Sliwa. Segundo levantamento da AtlasIntel, Mamdani lidera com 41% das intenções de voto, seguido por Cuomo (34%) e Sliwa (24%).
O candidato democrata, que pode se tornar o primeiro prefeito muçulmano e o mais jovem desde 1892, defende políticas de moradia acessível, transporte e creche gratuitos, além de aumento de impostos para grandes fortunas. Sua campanha tem o apoio de Bernie Sanders, Alexandria Ocasio-Cortez, Kathy Hochul e Letitia James.
Cuomo, por sua vez, critica a falta de experiência do rival e suas posições sobre Israel, tema sensível em uma cidade com ampla comunidade judaica.
Em Nova Jersey, os eleitores escolhem o sucessor do governador Phil Murphy. O republicano Jack Ciattarelli, aliado de Trump, enfrenta a democrata Mikie Sherrill, ex-fiscal e ex-militar. As pesquisas apontam um empate técnico: 50% para Sherrill e 49% para Ciattarelli.
Sherrill prometeu congelar tarifas de serviços públicos, enquanto Ciattarelli defende redução de impostos e medidas contra as chamadas “cidades santuário”. O aumento de 21% no preço da energia elétrica no último ano tornou o tema central da campanha e foi explorado por Trump em discursos recentes.
Na Virgínia, a republicana Winsome Earle-Sears disputa o governo com a democrata Abigail Spanberger, em uma corrida marcada por debates sobre políticas escolares e direitos de pessoas transgênero. Pesquisas indicam leve vantagem para Spanberger, apoiada por Barack Obama.
Na Califórnia, os eleitores decidem sobre a Proposição 50, que pode substituir comissões independentes de redistritamento por um sistema controlado pela maioria democrata, o que, segundo analistas, pode render até cinco cadeiras adicionais ao partido na Câmara dos Representantes.
Já na Pensilvânia, a votação definirá a manutenção de três juízes democratas na Suprema Corte estadual — um tema crucial para a redistribuição de distritos eleitorais, decisiva nas últimas eleições presidenciais.
No Texas, o Distrito 18 do Congresso, com base em Houston, renova sua representação após as mortes das congressistas Sheila Jackson Lee e Sylvester Turner. A disputa está entre a democrata Erica Lee Carter e a republicana Carmen Montiel, empresária e ex-jornalista nascida na Venezuela.
Essas eleições são vistas como um teste do poder de mobilização do trumpismo e da capacidade do Partido Democrata de manter sua base unida diante de um eleitorado polarizado e preocupado com a inflação e o custo de vida.