O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a decisão do ministro Edson Fachin de anular as condenações contra o ex-presidente Lula (PT) está marcado para o próximo dia 14.
O despacho do magistrado devolveu os direitos políticos do petista, mas ministros têm avaliado em conversas reservadas que, independentemente da manutenção ou não da decisão de Fachin em plenário, a participação do ex-presidente nas eleições de 2022 dificilmente será evitada, segundo a Folha de S. Paulo.
A análise tem como base o julgamento da Segunda Turma do STF que declarou a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e anulou a ação em que Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).
Na visão de integrantes do STF consultados pelo jornal, o debate do processo sobre o apartamento no litoral paulista indicou que a tendência é o STF dar a mesma solução à ação penal relativa ao sítio de Atibaia (SP), o outro processo em que o petista foi condenado e leva à sua inelegibilidade.
A aposta que está sendo feita internamente foi reforçada pelo voto da ministra Cármen Lúcia.
Chamou a atenção de colegas da Corte, não apenas a mudança de posição sobre o tema — em 2018, ela havia votado a favor do ex-juiz da Lava Jato —, mas também o conteúdo do seu discurso.
Nele, a magistrada abordou bastante a questão do tratamento que Moro deu a Lula e falou menos da situação específica do processo do tríplex. Cármen ainda fez questão de afirmar que seu voto não discutia a condução de Moro em todas as investigações da Lava Jato, mas na atuação dele em relação a Lula.