A decisão sobre a PEC do voto impresso auditável deve acontecer na próxima quinta-feira (08), mas o texto não deve ser aprovado, de acordo com o presidente da Comissão Especial da Câmara que avalia o projeto, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR).
Ele afirmou, em entrevista à CNN Brasil nesta terça-feira (06), que houve “mudança de cenário” na Comissão que, de acordo com ele, era favorável ao voto impresso, mas, após mudança na composição feita pelos partidos, “isso mudou”.
“Acho bem difícil, o cenário é por desaprovação”, afirmou. Martins acredita que o voto impresso auditável ficará “para uma próxima legislatura”, já que o Congresso não poderá voltar a apreciar o texto.
Ele admitiu ainda que a “discussão está emperrada”, e que “se for botar na conta, não há voto [para aprovação]”. “Está ocorrendo uma articulação agressiva, com interferência do Supremo Tribunal Federal (STF), isso é público, após reunião com ministro do Supremo veio a mudança, muito se fala sobre harmonia entre os poderes, mas tem de haver distanciamento”, avaliou.
O deputado federal fez referência à audiência de Alexandre de Moraes com representantes dos partidos.
O parlamentar ainda opinou que a articulação pelo voto impresso “não partiu do executivo, essa é uma percepção falha”, embora tenha admitido que o apoio do presidente Jair Bolsonaro fez o projeto “ganhar força”. “É uma pena que a situação tenha se politizado entre pró-Bolsonaro ou anti-Bolsonaro”, lamentou.