Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que foi alertado verbalmente pelo presidente Jair Bolsonaro sobre suspeitas de irregularidades na negociação da vacina indiana contra a Covid-19 Covaxin.
Pazuello afirmou ainda que ele, como ministro, repassou as informações para seu secretário-executivo, Élcio Franco, também verbalmente.
À PF, Pazuello contou que Franco lhe disse que não havia irregularidades no negócio com a Covaxin. As suspeitas de irregularidades na compra da vacina se tornaram públicas por meio dos irmãos Miranda: o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda e o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF).
À imprensa e à CPI da Covid, ambos contaram que haviam identificado inconsistências na documentação da compra. Relataram também que contaram sobre as suspeitas para o presidente Jair Bolsonaro.
Um inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República investiga se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação. Ou seja, se ele deixou de dar o encaminhamento devido às denúncias.
Entre as suspeitas apresentadas pelos irmãos Miranda estão:
- invoice (nota fiscal internacional) com previsão de pagamento adiantado de US$ 45 milhões, o que não era previsto no contrato
- invoice com previsão de menos doses do que o previsto no contrato
- invoice em nome de empresa com sede em Singapura, que não é citada no contrato