O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes estendeu, por mais 10 dias, o prazo para a Polícia Federal (PF) apresentar um relatório de análise da quebra de sigilo telemático que apura um suposto vazamento de dados pelo presidente Jair Bolsonaro. No início deste mês, o ministro havia determinado o procedimento em 15 dias.
O inquérito em questão analisa um fato de agosto do ano passado, quando o chefe do executivo divulgou, via redes sociais, a íntegra de um inquérito da PF que investigava um possível ataque ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. Segundo o próprio TSE, não houve nenhum risco eleitoral. No entanto, a divulgação de Bolsonaro passou a ser investigada após ministros do tribunal enviarem uma notícia-crime para apurar o vazamento de informações sigilosas.
A PF investigou o caso e enviou as mídias com o material obtido da quebra de sigilo telemático. Moraes solicitou, ainda, um relatório específico da diligência, “essencial para a completa análise dos elementos”, como citou no pedido. A corporação tem agora até o dia 27, dez dias após o despacho do ministro do Supremo, para encaminhar o relatório.
Em despacho da delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, da PF, a investigação apresentou, segundo elementos colhidos em diligências, uma “atuação direta, voluntária e consciente” do mandatário na violação de sigilo, divulgando informações que deveriam permanecer em segredo até o fim das apurações.