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O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta terça-feira (26) um relatório da Polícia Federal que compõe o inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. Segundo o documento, as provas colhidas ao longo da investigação indicam “de forma inequívoca” que o ex-presidente Jair Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” na organização da trama. A Polícia Federal também indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento nos atos.
O relatório foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise. As conclusões reforçam o papel central do ex-presidente na coordenação das ações investigadas como parte de uma organização criminosa que teria como objetivo desestabilizar a ordem democrática do país.
Flávio Bolsonaro discursa em defesa do pai
Em discurso no plenário do Senado, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saiu em defesa do ex-presidente, afirmando que há uma “perseguição contra Bolsonaro e contra a direita” no Brasil. Ele também defendeu a aprovação de uma anistia ampla e irrestrita.
“Essa perseguição contra Bolsonaro e contra a direita não começou em 2022, em 2023 ou em 2024, começou muito antes, mas, para ser breve aqui, o único caminho para alguma normalidade e para algum reequilíbrio entre os Poderes é uma anistia que tem que ser ampla, geral e irrestrita – estou cada vez mais convicto disso –, que inclua, inclusive, o ministro Alexandre de Moraes, porque ele já deu vários exemplos de descumprir a lei do impeachment, no seu art. 39, inciso II, que fala muito claramente – eu vou ler aqui, para não falar errado – ‘proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa’. Isso é inquestionável, é um consenso entre todos aqui no Brasil”, afirmou o senador.
Flávio também sugeriu que a anistia abranja policiais federais, criticando o indiciamento dos deputados federais Marcel van Hattem (NOVO) e Cabo Gilberto Silva (PL) por declarações feitas em tribuna. “E que essa anistia tem que se estender também aos policiais federais que estão se prestando a esse papel, que acabaram de indiciar, por exemplo, dois deputados federais […] Todo parlamentar deveria ter sua imunidade parlamentar respeitada pela Polícia Federal. […] Nunca vi ninguém que faz o que Alexandre de Moraes está fazendo no mundo que, em determinado tempo, não vá sofrer as consequências pelas ilegalidades, arbitrariedades e abusos que cometeu”, acrescentou.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), também defendeu a ideia de uma anistia. Em sua fala, Marinho afirmou que a medida seria necessária não apenas para anistiar possíveis crimes, mas também para buscar a pacificação do cenário político e a “volta da normalidade democrática”.
“Não queremos apenas anistiar crimes, mas garantir que aqueles que depredaram sejam punidos. No entanto, é fundamental desarmar os espíritos, assegurar que a Constituição seja respeitada e proteja todos os cidadãos”, declarou Marinho.