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A cidade de Aguiarnópolis, no Tocantins, palco do desabamento de uma ponte no domingo (22), que resultou em duas mortes e 16 desaparecidos, destinou ao menos R$ 1,8 milhão para cachês de artistas e grupos musicais em festivais realizados ao longo deste ano. Esse valor corresponde a cerca de 5% do orçamento anual da prefeitura. A informação é do site Metrópoles.
Do montante gasto, aproximadamente R$ 1 milhão foi financiado por meio das chamadas emendas Pix, um tipo de emenda parlamentar caracterizado pela baixa transparência. Nessa modalidade, os recursos são transferidos diretamente para as prefeituras, sem a necessidade de processos rigorosos de fiscalização. Apesar de a ponte Juscelino Kubitschek, que desabou, ser responsabilidade do governo federal, os altos investimentos em festas e shows sugerem uma possível distorção nas prioridades da gestão pública.
Com uma população de 5 mil habitantes, Aguiarnópolis contratou artistas de renome nacional para seus eventos. Durante a celebração do 30º aniversário da cidade, realizada entre 24 e 26 de maio, nove artistas foram pagos com recursos públicos. Na primeira noite, dedicada à música gospel, os cantores Davi Sacer, Valesca Mayssa e Marquinhos Gomes receberam R$ 140 mil, R$ 130 mil e R$ 115 mil, respectivamente, de acordo com informações do portal da transparência municipal consultadas pelo site Metrópoles.
No dia seguinte, a banda Moleca 100 Vergonha se apresentou por um cachê de R$ 200 mil. O grupo Cavaleiros do Forró também subiu ao palco no mesmo dia, recebendo R$ 150 mil, enquanto Kevin Baetz foi contratado por R$ 8 mil. O evento foi encerrado no domingo com apresentações da dupla Ricardo & Thiago, que recebeu R$ 90 mil, do DJ Igor Cunha, contratado por R$ 80 mil, e do cantor de arrocha Nadson O Ferreirinha, que recebeu R$ 280 mil, sendo o artista de maior destaque na festa.
Grande parte desses cachês foi financiada por emendas Pix, mas o site da prefeitura não especifica os parlamentares responsáveis pelos repasses.
Além do aniversário do município, a prefeitura promoveu outros eventos de grande porte ao longo do ano. Em julho, foram realizados shows com Deávele Santos (R$ 150 mil), Forró do Muído (R$ 120 mil), Vitor & Luan (R$ 120 mil), Zé Ottávio (R$ 80 mil), Taísa Marques (R$ 70 mil) e, novamente, Kevin Baetz (R$ 8 mil), com recursos identificados como “outros convênios dos estados”. Em 11 de novembro, no Dia do Evangélico, a cantora adolescente Maria Marçal, fenômeno do segmento gospel com mais de 5 milhões de seguidores no Instagram, foi contratada por R$ 150 mil. O pagamento à artista foi registrado como proveniente de “impostos não vinculados”, segundo o site da prefeitura.