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O governo do Irã se posicionou contra o trecho da declaração final da 17ª Cúpula do Brics que menciona a criação de dois Estados — um israelense e outro palestino — como solução para o conflito no Oriente Médio. Em mensagem divulgada neste domingo (6) em seu canal oficial no Telegram, o chanceler iraniano Abbas Araghchi afirmou que Teerã “expressa reserva” à proposta e pretende formalizar sua oposição por meio de uma nota oficial.
A declaração conjunta da cúpula, realizada no Rio de Janeiro, reitera o apoio histórico do Brics à criação de um Estado palestino soberano, com a unificação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza sob o comando da Autoridade Palestina. O texto também condena o deslocamento forçado da população palestina e mudanças demográficas no território de Gaza.
Para o Irã, no entanto, a proposta representa um reconhecimento implícito da legitimidade de Israel, país que não é reconhecido diplomaticamente por Teerã. “Essa proposta não funcionou no passado e não funcionará no futuro”, disse Araghchi. Segundo ele, o modelo dos dois Estados leva à criação de um “Estado sem autoridade, sem soberania e sem fronteiras definidas”.
Como alternativa, o chanceler defendeu a formação de um Estado único, democrático e laico, que una todos os habitantes históricos da Palestina — muçulmanos, judeus e cristãos. “Acreditamos que o caminho para a justiça é a formação de um Estado unificado, democrático e popular, onde todos os habitantes históricos da Palestina vivam juntos em paz”, declarou.
Araghchi comparou a proposta defendida pelo Brics com a transição democrática ocorrida na África do Sul após o fim do apartheid. “Quando o regime do apartheid caiu na África do Sul, ninguém sugeriu a criação de dois Estados, um para brancos e outro para negros. O caminho seguido foi o de um Estado democrático, em que negros e brancos passaram a conviver em paz, o que resultou em estabilidade e satisfação para todos”, afirmou o chanceler.
