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Um teste inovador baseado em inteligência artificial pode reduzir em até 47% o risco de morte por câncer de próstata em pacientes com a forma mais agressiva da doença. A descoberta foi feita por cientistas do Instituto de Pesquisa do Câncer (ICR), de Londres, e da University College London, e será apresentada no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago.
O sistema de IA analisa imagens dos tumores e identifica biomarcadores imperceptíveis ao olho humano. Aproximadamente um em cada quatro homens com câncer de próstata de “alto risco” apresenta um desses biomarcadores, que indicam uma maior chance de resposta ao medicamento abiraterona, quando combinado com a terapia hormonal padrão.
De acordo com o estudo, entre os pacientes com o biomarcador, a adição da abiraterona reduziu o risco de morte em cinco anos de 17% para 9%. Já entre aqueles sem o biomarcador, a redução foi de 7% para 4%, resultado considerado estatisticamente irrelevante.
Desde que teve sua patente expirada, a abiraterona custa cerca de 77 libras esterlinas por mês no Reino Unido. O medicamento age bloqueando a produção de testosterona em todo o corpo, inclusive no tumor.
Atualmente, o fármaco é aprovado para uso no sistema de saúde público britânico (NHS) apenas em casos de câncer de próstata avançado, quando a doença retorna e se espalha para outros órgãos. No entanto, os pesquisadores defendem que o NHS revise a decisão e passe a disponibilizar a abiraterona também para os cerca de 2.100 homens diagnosticados por ano com a forma agressiva da doença, mas ainda sem metástase.
“Espero verdadeiramente que esta nova pesquisa — mostrando precisamente quem precisa do medicamento para viver bem por mais tempo — leve o NHS da Inglaterra a reconsiderar sua decisão”, afirmou o professor Nick James, um dos líderes do estudo.
O medicamento já é mais amplamente utilizado na Escócia e no País de Gales há dois anos. Especialistas argumentam que, ao direcionar o tratamento apenas para quem realmente se beneficia, é possível reduzir efeitos colaterais em outros pacientes e economizar recursos.
Exame de sangue para câncer de pulmão
O NHS da Inglaterra também anunciou que começará a oferecer um novo exame de sangue, conhecido como “biópsia líquida”, para acelerar o diagnóstico e o tratamento de pacientes com câncer de pulmão. O teste detecta pequenos fragmentos de DNA tumoral na corrente sanguínea e pode identificar mutações genéticas sem a necessidade de biópsias invasivas. A expectativa é beneficiar cerca de 15 mil pessoas por ano.
