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A prevenção da demência de início precoce pode estar mais ligada a mudanças simples na alimentação do que se imaginava, segundo revelações de pesquisadores.
Com a estimativa de que cerca de 7 milhões de americanos tenham sido diagnosticados com a demência – número que pode quase dobrar até 2050 –, a busca por fatores de risco modificáveis se intensifica. Um importante estudo publicado no ano passado pela Lancet indicou que mais de uma dezena dos fatores de risco mais comuns para demência, incluindo a dieta, podem ser modificados.
Os resultados de um ensaio de referência divulgado no início deste ano mostraram que indivíduos com risco de desenvolver demência apresentaram melhoria nas pontuações cognitivas após a implementação de mudanças dietéticas e exercícios.
Agora, estudos recentes destacam que alimentos ricos em nutrientes como proteínas, antioxidantes e carboidratos complexos podem ser os mais eficazes na redução desse risco.
O Renascimento dos Ovos e o Poder da Colina
Os ovos, que por muito tempo foram “demonizados por alto teor de gordura e colesterol”, estão desfrutando de um “renascimento da saúde” por conterem aminoácidos benéficos para o cérebro.
Um ovo grande contém cerca de 150 miligramas de colina, um nutriente essencial (também encontrado no salmão, carne bovina e fígado de frango) que “apoia a memória, o humor e o controle muscular”. A colina é importante por aumentar os níveis do neurotransmissor acetilcolina, que regula a memória e o aprendizado, e por reduzir neurotoxinas como a homocisteína, que danificam os neurônios.
Um estudo publicado no The Journal of Nutrition, conduzido por pesquisadores do Rush University Memory and Aging Project em Chicago, revelou que adultos mais velhos que consumiam mais de um ovo por semana tinham “47% de risco reduzido de demência” em comparação com aqueles que consumiam menos. Os cientistas atribuíram esse benefício à colina presente nos ovos.
Outro estudo, publicado no mês passado na revista Nutrients, analisou mais de 400 adultos chineses com mais de 50 anos, metade dos quais já havia sido diagnosticada com demência. Os pesquisadores concluíram que os participantes que “comiam ovos todos os dias tinham um risco menor de demência do que aqueles que os comiam apenas semanalmente ou mensalmente”.
Frutas Vermelhas e Chocolate Amargo Contra a Inflamação
Frutas vermelhas como morangos, mirtilos e framboesas são conhecidas por conterem antioxidantes, substâncias que protegem as células dos danos causados por radicais livres. Sem controle, esses radicais livres levam ao estresse oxidativo, inflamação e à produção da placa amiloide-beta, uma das marcas registradas do Alzheimer.
Um estudo de 2023 da Universidade de Cincinnati descobriu que adultos entre 50 e 65 anos que “comeram uma xícara de morangos todos os dias por 12 semanas tiveram melhor desempenho em testes de memória” e menos sintomas de depressão.
O chocolate amargo, embora muitas vezes visto como um “prazer culposo”, pode “diminuir o risco de demência” se consumido com moderação. O alimento é rico em flavonoides, que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e também “aumentam o fluxo sanguíneo para o cérebro”.
Grãos Integrais, Nozes e a Dieta MIND
Os carboidratos também estão passando por uma reavaliação. Embora níveis elevados de glicose no sangue possam danificar as células cerebrais, grãos integrais como trigo, arroz integral e aveia contêm carboidratos complexos, que são digeridos lentamente e fornecem um fluxo regulado de glicose.
Um estudo de 2023 na revista Neurology descobriu que participantes que consumiam grãos integrais regularmente apresentavam “uma taxa mais lenta de declínio da memória com a idade”.
As nozes, por sua vez, são ricas em ácidos graxos ômega-3, que podem aumentar o volume do hipocampo, o centro de memória do cérebro. Pesquisas publicadas no início deste ano sugerem que comer “um punhado de nozes sem sal por dia foi suficiente para reduzir o risco geral de desenvolver demência”.
Tanto as frutas vermelhas, quanto os grãos integrais e as nozes são elementos básicos da dieta MIND (uma combinação das dietas Mediterrânea e DASH, focada em abordar a hipertensão), que prioriza alimentos anti-inflamatórios para a saúde cerebral.