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O exército israelense confirmou, neste domingo (12), que um de seus tanques colidiu com um posto de observação da ONU no sul do Líbano durante um combate com o grupo terrorista Hezbollah. O incidente ocorreu por volta das 4h30, na região de Ramia, enquanto as tropas israelenses estavam sob fogo inimigo.
De acordo com um comunicado militar, um tanque que tentava evacuar soldados feridos retrocedeu e colidiu com a base da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL). A FINUL já havia informado anteriormente que dois tanques israelenses haviam invadido uma de suas posições. Os tanques Merkava da Forças de Defesa de Israel (FDI) teriam danificado a porta principal do posto, permanecendo na base por cerca de 45 minutos antes de se retirar após protestos das forças de paz.
Este evento representa uma escalada significativa nas já tensas relações entre Israel e a FINUL, agravadas recentemente por uma série de incidentes que resultaram em ferimentos a vários membros das forças de paz. A missão da ONU relatou que, pouco depois da invasão dos tanques, disparos foram ouvidos próximos à base, afetando 15 soldados da FINUL que apresentaram irritação na pele e reações gastrointestinais. A FINUL exigiu explicações das FDI por essas “violações escandalosas”.
O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu ao Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a retirada das forças da FINUL da região, alegando que o Hezbollah as estaria usando como “escudos humanos”. Netanyahu declarou em um vídeo: “Senhor Secretário-Geral, retire as forças da FINUL do perigo. Faça isso agora, imediatamente.”
Por outro lado, a FINUL reiterou sua determinação em permanecer em suas posições no sul do Líbano. Andrea Tenenti, porta-voz da missão, afirmou à AFP que “houve uma decisão unânime de permanecer, pois é importante que a bandeira da ONU continue a ser hasteada nesta região e que possamos informar ao Conselho de Segurança”.
A situação provocou reações internacionais, com 40 países contribuidores da FINUL condenando energicamente os recentes ataques às forças de paz. O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, também pediu a Israel que garantisse a segurança dos soldados da ONU e das Forças Armadas libanesas.
Este conflito ocorre em um contexto de crescente tensão regional, com ameaças de retaliação israelense contra o Irã devido a um ataque com mísseis no dia 1º de outubro. Fontes dos Estados Unidos indicam que Israel pode estar planejando atacar infraestrutura militar e energética iraniana, embora um ataque a instalações nucleares esteja descartado no momento.
A FINUL, estabelecida em 1978 após a invasão israelense do Líbano, conta atualmente com cerca de 9.500 soldados de diversas nacionalidades e tem a missão de supervisionar o cessar-fogo que encerrou a guerra de 33 dias entre Israel e o Hezbollah em 2006.
O Primeiro-Ministro libanês, Najib Mikati, condenou o pedido de Netanyahu para a retirada da FINUL, classificando-o como “um novo capítulo na abordagem do inimigo de não cumprir as normas internacionais”.
A comunidade internacional observa com preocupação o desenrolar dos acontecimentos, temendo que qualquer escalada adicional possa desencadear um conflito regional de maiores proporções. A situação na fronteira entre Israel e Líbano permanece extremamente volátil, com a FINUL no meio das tensões entre Israel e Hezbollah.