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O ex-presidente Michel Temer afirmou, em entrevista para a Jovem Pan, que nunca trabalhou pelo impeachment de Dilma, classificou o processo como “um trauma para o País” e aconselhou Eduardo Cunha, presidente da Câmara na época, para “não levar” o impedimento a diante.
“Não fui favorável e confesso que cheguei a trabalhar, muito discretamente, pela inexistência do impeachment. Porque eu tenho mais do que nunca a visão absoluta de que qualquer impedimento presidencial é um trauma para o país, como foi, devo dizer”, analisou Temer.
O ex-presidente ainda fez a ressalva de que, segundo o próprio, teve “a competência de ignorar o que estava acontecendo e tocar o Brasil para frente” uma vez que Dilma sofreu de fato o impeachment.
Ao ser questionado sobre sua relação com Eduardo Cunha, Temer disse que conversou com ele e o aconselhou a “não levar essas coisas [Impeachment] adiante”, porque, segundo o ex-presidente, “criaria um problema para o país”.
“Mas as movimentações populares, as movimentações dos deputados e senadores o levaram a abrir o procedimento de impeachment”, disse.
E complementou:
“Até por uma razão singela: o vice é sempre o primeiro suspeito. Portanto em nenhum momento cuidei desta questão do impedimento.”
“[Recebi] um telefonema do ex-presidente Lula para mim que tentava fazer com que o MDB não apoiasse o impeachment. E tive conversas com ele nessa direção. Jamais trabalhei pelo impeachment. Ele veio e aí, evidentemente, em razão do texto constitucional, assume o vice-presidente e foi o que aconteceu”, concluiu o ex-presidente.