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O ditador venezuelano Nicolás Maduro anunciou nesta terça-feira (5) a criação de uma zona de defesa integral da “Guiana Essequiba”, como chamam o território do Essequibo contestado no país vizinho, e nomeou um general para governar a região, classificando-o como “única autoridade” da área.
A medida é mais um passo na escalada de tensão entre a Venezuela e a Guiana, que disputam o território desde o século XIX. Maduro também ordenou publicar e divulgar nas escolas e universidades do país um novo mapa da Venezuela, que inclui a Guiana Essequiba como parte do território.
A região de Essequibo equivale a cerca de dois terços do território nacional da Guiana. Ela é rica em petróleo e virou objeto de longa disputa entre os dois países. Maduro afirmou que autorizaria a exploração de petróleo ao redor do rio Essequibo.
Um referendo no domingo (3) aprovou medidas que podem levar à anexação do território. As cinco perguntas do referendo foram aprovadas com mais de 95% de aprovação, segundo a autoridade eleitoral do país.
Com o aumento da tensão na área, o governo brasileiro enviou 16 tanques para Roraima. O efetivo militar do Exército brasileiro também ganhou reforço na fronteira, e a inteligência da Polícia Federal monitora a situação.
O anúncio de Maduro foi recebido com preocupação pela comunidade internacional. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o país está “profundamente preocupado” com a situação.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também demonstrou preocupação e pediu às partes que “se abstenham de qualquer ação que possa agravar a situação”.
A disputa pelo território de Essequibo é um dos principais problemas diplomáticos da América do Sul. O caso está sendo julgado na Corte Internacional de Justiça (CIJ), mas ainda não há previsão para uma decisão.