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De acordo com especialistas consultados pelo jornal GLOBO, a duração da elevação do nível dos rios do Rio Grande do Sul dependerá das chuvas nas próximas semanas. O Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) prevê que o nível do Guaíba, principal curso d’água que abastece a capital Porto Alegre, poderá atingir um novo pico entre terça e quarta-feira.
Rodrigo Paiva, professor do IPH, observa que os níveis devem permanecer acima de 4 metros na próxima semana. Ele compara a atual situação com a cheia de 1941, que, até então, era a maior da história do estado, destacando que durante essa inundação levou entre 23 e 32 dias para que a altura do pico diminuísse para a cota de inundação de 3 metros.
Leandro Casagrande, hidrólogo do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), afirma que, após o impacto da segunda onda de chuvas e o pico do Guaíba, a altura da água deve começar a diminuir a partir desta quarta-feira, em um processo de esvaziamento que poderá levar de 20 a 30 dias. Ele ressalta que, embora as consequências da segunda onda estejam diminuindo na região da capital, esse efeito ainda não se manifestou no extremo sul, em direção a Rio Grande e Pelotas.
Na manhã de segunda-feira, nove dos dez pontos de medição em rios e lagoas monitorados pela Defesa Civil do estado estavam acima da cota de inundação. Apenas o Rio Uruguai, na altura do município de Garruchos, na fronteira com a Argentina, estava abaixo da cota durante a medição. À noite, o rio Taquari, na altura de Muçum, também caiu ligeiramente abaixo da cota de inundação.
Os rios Taquari, dos Sinos, Jacuí, Caí e Gravataí desaguam no Guaíba, que banha a região metropolitana de Porto Alegre e que na segunda-feira voltou a ultrapassar a marca dos 5 metros. A Defesa Civil estima que o nível do rio pode chegar a 5,6 metros nos próximos dias, superando em 25 centímetros o recorde anterior registrado no local em 4 de maio, quando os medidores alcançaram 5,35 metros.