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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse ter certeza que seu sucessor “vai ter proximidade com o governo atual”, mas que espera que essa pessoa “não seja julgada por isso”. A fala foi feita em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira (20).
O mandato de Roberto Campos Neto termina em 31 de dezembro de 2024 e a indicação do nome para o substituir cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu espero que a pessoa que venha me suceder aqui não seja julgada nem pela cor da camisa com a qual ela votou, nem pelas reuniões que fez, nem pelos jantares que fez, e, sim, pelas decisões técnicas que tomou”, disse Neto.
“Eu tenho certeza de que ela vai passar pela mesma coisa que eu passei. Porque no mundo polarizado isso tende a acontecer”, acrescentou o presidente do BC.
Roberto Campos Neto assumiu a presidência do Banco Central em 28 de fevereiro de 2019, após ser indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e receber o apoio do ex-ministro da Economia Paulo Guedes.
Em 2021, o Congresso aprovou e o governo sancionou uma lei que conferiu autonomia operacional à autoridade monetária.
Campos Neto enfrentou críticas significativas de Lula e de seus aliados, que o viam como um adversário político e um defensor das políticas do governo Bolsonaro. As principais críticas estavam relacionadas ao nível da taxa Selic, a taxa básica de juros.