Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
Em apenas uma semana, um boto foi encontrado morto por dia na região do Lago Tefé, no Amazonas. Na última quarta-feira, a carcaça de um filhote foi localizada na margem arenosa do lago, exposta pelo recuo das águas causado pela seca na região.
Em 2023, mais de 200 botos, espécie ameaçada de extinção, morreram no Lago Tefé, afluente do Rio Solimões, em razão da alta temperatura da água.
De acordo com Miriam Marmontel, chefe do projeto de pesquisa em mamíferos aquáticos amazônicos do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a equipe tem encontrado diversos animais mortos, com uma média de um por dia na última semana. Apesar disso, os especialistas ainda não associam diretamente as altas temperaturas da água à morte dos botos. Miriam destaca que, por enquanto, a proximidade entre as populações humanas, especialmente pescadores, e os animais é vista como uma possível causa para o aumento das mortes.
Ela explica que o ambiente lacustre é bastante limitado e se torna ainda mais raso com a seca, o que agrava a situação. O canal tem cerca de dois metros de profundidade e, no máximo, 100 metros de largura. Todos os animais estão concentrados nessa área, que também é utilizada por diversas embarcações, desde pequenas rabetas até grandes balsas que acessam Tefé.
Miriam ressalta que a temperatura da água tem sido monitorada constantemente. Ao longo do ano, a temperatura do lago varia entre 22 e 32 graus Celsius. No entanto, recentemente, foram registradas temperaturas de 27 graus pela manhã e picos de até 38 graus entre quatro e seis da tarde, o que representa uma variação brusca de 10 graus em um intervalo de doze horas.