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Uma investigação conjunta da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo revelou uma trama de extorsão e lavagem de dinheiro liderada por traficantes capixabas no Rio de Janeiro. Pelo menos oito chefes do tráfico do Terceiro Comando Puro (TCP), uma das facções criminosas mais poderosas do Espírito Santo, estão escondidos no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. A operação, que envolveu policiais de ambos os estados, resultou na prisão de dez pessoas, mas os líderes do tráfico continuam foragidos.
O subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, Romualdo Gianordoli Neto, explicou que essa movimentação criminosa entre os dois estados tem se tornado cada vez mais comum. “Esses traficantes do Espírito Santo vão ao Rio e se tornam, ao mesmo tempo, comparsas e clientes dos traficantes cariocas. Eles pagam cerca de R$ 5 mil por mês para poder se esconder nas comunidades da Maré”, afirmou Gianordoli, em entrevista à TV Globo.
A operação batizada de “Conexão Perdida” desmantelou um esquema que movimentou cerca de R$ 43 milhões em um ano. A quadrilha operava na Maré, um dos maiores complexos de favelas do Rio, utilizando a região como base para lavagem de dinheiro e extorsão. Apesar das dez prisões realizadas, incluindo sete no Rio de Janeiro e três no Espírito Santo, os oito chefes do TCP ainda não foram localizados.
O foco da operação era o traficante Bruno Gomes de Faria, conhecido como Nonô, que continua foragido. Em setembro de 2024, informações da inteligência da Polícia Militar do Rio de Janeiro indicavam que havia pelo menos 34 traficantes capixabas ainda à solta no estado fluminense, com grande concentração em comunidades dominadas pelo TCP na Maré e pela facção Comando Vermelho na Rocinha.
Gianordoli explicou que o fluxo de traficantes entre os estados é alimentado por fatores como a proximidade geográfica e a aliança entre facções criminosas. “O TCP do Rio de Janeiro e o TCP no Espírito Santo têm uma ligação direta, além da parceria com o Primeiro Comando de Vitória, que está aliado ao Comando Vermelho do Rio. Isso facilita a escolha dos criminosos, que acabam se misturando nas comunidades cariocas”, afirmou o subsecretário.
A operação evidencia a crescente integração entre facções criminosas de diferentes estados e a dificuldade das autoridades em combater esse fenômeno, agravado por questões legais como a ADPF das Favelas, que limita a atuação das forças policiais nas comunidades. As investigações continuam, com o objetivo de localizar os chefes do tráfico e enfraquecer ainda mais a estrutura criminosa que opera entre Espírito Santo e Rio de Janeiro.
