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Um estudo divulgado nesta segunda-feira (14) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela um cenário alarmante: o Brasil contabiliza atualmente 335.151 pessoas em situação de rua, um aumento expressivo em relação aos 22,9 mil registrados em dezembro de 2013. Em pouco mais de dez anos, o número cresceu 14,6 vezes, evidenciando uma crise social em expansão no país.
O levantamento foi realizado pelo programa Polos de Cidadania da UFMG, com base em dados do Cadastro Único (CadÚnico), do Ministério do Desenvolvimento Social. Apenas entre janeiro e março deste ano, houve um aumento de 1,76%, passando de 329.370 para 335.151 pessoas sem moradia fixa.
As capitais com maior concentração dessa população são São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE) e Salvador (BA).
Pessoas em situação de rua nas capitais brasileiras:
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São Paulo (SP): 96.220
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Rio de Janeiro (RJ): 21.764
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Belo Horizonte (BH): 14.454
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Fortaleza (CE): 10.045
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Salvador (BA): 10.025
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Brasília (DF): 8.591
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Boa Vista (RR): 8.254
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Porto Alegre (RS): 5.597
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Curitiba (PR): 4.209
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Florianópolis (SC): 3.773
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Recife (PE): 3.725
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Manaus (AM): 2.524
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São Luís (MA): 1.993
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Goiânia (GO): 1.888
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Maceió (AL): 1.885
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Belém (PA): 1.628
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Natal (RN): 1.579
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Cuiabá (MT): 1.563
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Teresina (PI): 1.219
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Aracaju (SE): 1.126
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Campo Grande (MS): 1.091
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Vitória (ES): 1.013
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João Pessoa (PB): 953
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Porto Velho (RO): 575
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Rio Branco (AC): 435
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Palmas (TO): 209
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Macapá (AP): 156
Perfil da população em situação de rua
O estudo também traça um panorama sociodemográfico das pessoas em situação de rua no Brasil:
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Sexo: 84% são homens (281.269 pessoas), e 16% são mulheres (53.882).
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Idade: 88% têm entre 18 e 59 anos; 9% são idosos; e 3% são crianças e adolescentes.
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Identidade de gênero: Entre os que responderam, destacam-se 4.718 com identidade masculina, 1.074 com identidade feminina, 346 pessoas transgênero e 78 travestis. No entanto, mais de 329 mil registros não têm essa informação.
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Escolaridade: 52% não concluíram o ensino fundamental ou não têm instrução.
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Renda: 81% (272.069 pessoas) sobrevivem com até R$ 109 por mês.
Violência contra a população de rua
A pesquisa também expõe a vulnerabilidade dessa população. Entre 2020 e 2024, o Disque 100 registrou 46.865 denúncias de violência contra pessoas em situação de rua, sendo:
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20.538 em vias públicas;
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1.886 em serviços de abrigamento;
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1.714 em órgãos públicos;
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1.240 em estabelecimentos comerciais;
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823 em unidades de saúde;
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381 em Centros de Referência;
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226 em instituições de longa permanência para idosos.
Os dados refletem não apenas a gravidade da crise habitacional, mas também o contexto de exclusão, pobreza extrema e violência enfrentado por essa parcela da população. Especialistas apontam a necessidade urgente de políticas públicas efetivas e de longo prazo para enfrentar o problema com dignidade e inclusão social.
