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Os ministros das Relações Exteriores dos países do Brics iniciam, nesta segunda-feira (28), uma reunião de dois dias no Rio de Janeiro com pautas importantes e divergências internas. O principal ponto de discórdia é uma histórica demanda do Brasil: a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
O governo Lula busca construir um consenso entre os membros do bloco para um documento que expresse apoio à reestruturação do principal órgão da ONU, visando incluir Brasil, Índia e África do Sul como membros permanentes. No entanto, essa proposta enfrenta forte oposição de Egito e Etiópia, que também integram o Brics.
Em paralelo à discussão sobre a ONU, a reunião ministerial, que acontece no Palácio do Itamaraty, deve abordar a crescente guerra tarifária liderada pelo presidente americano Donald Trump. A expectativa é que o Brics emita uma declaração conjunta expressando preocupação com as medidas protecionistas e defendendo o papel da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Criado em 2009, o Brics passou por uma significativa expansão em 2023 e agora conta com 11 membros: Brasil, China, Índia, Rússia, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. O Brasil assumiu a presidência rotativa do grupo em janeiro deste ano.
A agenda desta segunda-feira inclui duas reuniões distintas entre os chanceleres. A primeira focará no papel do Brics no enfrentamento de desafios globais e crises regionais, com destaque para a Guerra na Ucrânia. A segunda sessão será dedicada à governança global e ao fortalecimento dos sistemas multilaterais. A fala de abertura do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, será transmitida ao centro de imprensa.
Outro tema de grande relevância na pauta é a busca por alternativas ao uso do dólar nas transações comerciais entre os países do Brics. Os chanceleres devem discutir a facilitação de meios de pagamento utilizando tecnologias como blockchain, que permitiriam transações em moedas locais. Essa proposta se diferencia da criação de uma moeda única, ideia que já foi criticada por Donald Trump.
Apesar das divisões em relação à reforma do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil espera que a reunião ministerial avance nas discussões sobre essa pauta. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, presente no Rio, manifestou apoio às propostas da presidência brasileira em entrevista ao jornal “O Globo”. A China será representada pelo ministro Wang Yi.
A cúpula de chefes de Estado do Brics, que dará seguimento às discussões iniciadas nesta semana, está agendada para os dias 6 e 7 de julho, também no Rio de Janeiro.
