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O espólio da falida exchange de criptomoedas FTX entrou com um processo contra a Binance e seu ex-CEO, Changpeng Zhao, visando recuperar pelo menos US$ 1,76 bilhão, alegando uma transação de ações “fraudulenta”. O processo foi registrado no último domingo (10) em um tribunal de Delaware, nos Estados Unidos.
De acordo com o processo divulgado pela imprensa norte-americana, a disputa gira em torno de uma transação realizada em 2021, na qual a Binance, Zhao e outros investidores saíram de sua participação na FTX, vendendo 20% das ações da plataforma e 18,4% de sua entidade nos Estados Unidos, a West Realm Shires, de volta à FTX. O espólio de FTX acusa que o pagamento por essa recompra de ações foi financiado pela divisão Alameda Research da FTX, usando uma combinação de tokens das exchanges da FTX e da Binance, além da stablecoin atrelada ao dólar da Binance.
O processo alega que, no momento da recompra, a Alameda estava insolvente e não tinha capacidade para financiar a transação. O acordo com Sam Bankman-Fried, cofundador da FTX e atualmente condenado a 25 anos de prisão por fraudes relacionadas à falência da exchange, é descrito como uma “transferência fraudulenta construtiva”.
A Binance, por sua vez, negou as acusações, afirmando, em comunicado por e-mail, que “as alegações são infundadas e iremos nos defender vigorosamente”.
Este processo é mais um capítulo no aumento das tensões entre duas das maiores empresas do setor de criptomoedas, após o colapso meteórico da FTX, que abalou a indústria. A FTX, que antes valia US$ 32 bilhões, entrou em falência após não conseguir lidar com uma onda de retiradas de clientes, o que provocou uma queda significativa nos mercados de criptomoedas.
O impacto no mercado culminou em novembro do ano passado, quando Bankman-Fried foi considerado culpado de sete acusações criminais relacionadas à falência da exchange e ao roubo de fundos dos clientes. No mesmo mês, Zhao, da Binance, se declarou culpado de violar a Lei de Sigilo Bancário por não implementar um programa eficaz de combate à lavagem de dinheiro e por violar sanções econômicas dos EUA.
Além da tentativa de recuperar os fundos, o processo também acusa Zhao de “uma série de postagens falsas, enganosas e fraudulentas” que, segundo o espólio da FTX, provocaram uma avalanche previsível de retiradas na exchange, contribuindo para o colapso da plataforma. Uma das postagens mencionadas no processo foi feita por Zhao no dia 6 de novembro, no X (antigo Twitter), em que afirmou, referindo-se ao token FTX (FTT): “Liquidar nosso FTT é apenas uma gestão de risco pós-saída, aprendendo com o LUNA. Demos suporte antes, mas não vamos fingir fazer amor após o divórcio”.
Em outro post, Zhao afirmou: “Como parte da saída da Binance da participação na FTX no ano passado, a Binance recebeu aproximadamente US$ 2,1 bilhões em dinheiro (BUSD e FTT). Devido às revelações recentes, decidimos liquidar qualquer FTT restante em nossos livros.”
O desdobramento do processo e a resolução da disputa podem ter um impacto significativo no setor de criptomoedas, já abalado pela falência da FTX e as repercussões jurídicas que envolvem figuras de destaque como Bankman-Fried e Zhao.