No final da tarde desta quarta-feira (27), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa Selic em 1,50 ponto percentual, para 7,75% ao ano. Essa foi a sexta vez consecutiva que o comitê elevou a taxa básica de juros, que chega ao seu maior patamar desde setembro de 2017.
A instituição financeira também ressaltou antever um outro ajuste da mesma magnitude na próxima reunião, em meio ao ambiente de deterioração fiscal e elevação da inflação.
“O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e 2023. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz o comunicado do Comitê.
O Copom ainda destacou:
• No cenário externo, o ambiente tem se tornado menos favorável e a reação dos bancos centrais frente à maior persistência da inflação deve levar a um cenário mais desafiador para economias emergentes;
• Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores divulgados desde a última reunião mostram uma evolução ligeiramente abaixo da esperada;
• A inflação ao consumidor continua elevada. A alta dos preços veio acima do esperado, liderada pelos componentes mais voláteis, mas observam-se também pressões adicionais nos itens associados à inflação subjacente;
• As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação;
• As expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 9,0%, 4,4% e 3,3%, respectivamente;