Entre os dias 15 de março e 18 de abril e com cerca de 80% dos estabelecimentos de portas fechadas em todo o país, o varejo acumulou uma perda total de 86,4 bilhões de reais durante as cinco semanas. O ponto inicial do período que foi avaliado considera o momento em que foram anunciado os decretos estaduais e municipais que restringiram o funcionamento do comércio não essencial pelo Brasil, a fim de evitar aglomerações de consumidores e, assim, o contágio pelo novo coronavírus (Covid-19).
Os números da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC, revelam ainda que a queda em faturamento tem arrefecido nas últimas semanas, o que coincide com a percepção de que há menos pessoas cumprindo à risca as determinações de isolamento social.
Na terceira semana de março, entre os dias 15 e 21, o varejo contabilizou uma perda de 8,21 bilhões de reais em relação ao período pré-pandemia e na semana seguinte, as quedas se elevaram, atingindo a cifra de 23 bilhões de reais.
Um monitoramento da consultoria Inloco apontou que quando o índice de isolamento social chegou a níveis próximos de 70% no país, explicou o declínio abrupto nas vendas do período. Entretanto, o varejo ainda conseguiu arrefecer a curva negativa, mesmo que ainda registre grandes perdas.
De acordo com a CNC, a queda das vendas nas semanas seguintes, sobretudo a primeira e a segunda semana de abril, foram mais controladas. Entre os dias 5 e 11 de abril, o varejo perdeu 18,13 bilhões de reais em receita. Na semana posterior, de 12 a 18 de abril, 17,06 bilhões de reais. Mesmo o varejo essencial, como farmácias e supermercados, sofreu no período, embora que de forma mais contida. A queda nas cinco semanas analisadas pelo levantamento foi de 8,14 bilhões de reais.