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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira (10) a última reunião sob a presidência de Roberto Campos Neto. O aumento do dólar e a alta nos preços dos alimentos levarão a diretoria do BC a decidir sobre a elevação da taxa básica de juros, a Selic.
Esta será a terceira alta consecutiva da Selic. Segundo a pesquisa semanal Boletim Focus, a taxa deve ser elevada em 0,75 ponto percentual, alcançando 12% ao ano.
Na reunião anterior, no início de novembro, o Copom destacou a ampliação da incerteza econômica nos Estados Unidos, sem mencionar diretamente a eleição do ex-presidente Donald Trump, mas citando “a conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos”, o que levanta questões sobre a desaceleração da economia, a desinflação e as possíveis decisões do Federal Reserve (Fed). Em relação ao cenário nacional, o Copom informou que está monitorando a política fiscal e pediu ajustes nos gastos públicos.
A decisão sobre a Selic será anunciada nesta quarta-feira (11), ao final do dia. A taxa permaneceu em 13,75% ao ano de agosto de 2021 até agosto de 2022, sendo depois reduzida em seis ocasiões, com cortes de 0,5 ponto, e um corte de 0,25 ponto entre agosto de 2023 e maio de 2024. Em junho e julho, o Copom manteve a taxa em 10,5% ao ano, o menor valor desde fevereiro de 2022, mas iniciou o aumento em julho deste ano.
Na ata da reunião mais recente, o Copom alertou para a continuidade do ciclo de alta da Selic, afirmando que o cenário econômico exige uma política monetária contracionista e não descartando um aumento no ritmo de alta dos juros. Os membros concordaram em iniciar o ciclo de forma gradual, dada a incerteza tanto interna quanto externa.
De acordo com o Boletim Focus, a estimativa de inflação para 2024 subiu de 4,71% para 4,84%, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com tolerância de até 4,5%.
A Selic serve como referência para as demais taxas da economia e é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Através de operações de mercado aberto, o BC compra e vende títulos públicos para manter a taxa de juros dentro do valor definido nas reuniões do Copom. Quando a Selic sobe, o objetivo é controlar a demanda aquecida, o que impacta os preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, dificultando a expansão da economia. Por outro lado, a redução da Selic tende a tornar o crédito mais barato, incentivando a produção e o consumo, mas com o risco de aumentar a inflação.
O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia, são feitas apresentações técnicas sobre as economias brasileira e mundial, além do comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom decidem sobre a Selic, com base na análise de dados e perspectivas.
Para 2024, a meta de inflação definida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos, o que significa que o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%. As metas para 2025 e 2026 também são de 3%, com o mesmo intervalo de tolerância. No último Relatório de Inflação, divulgado no final de setembro, o BC manteve a previsão de que o IPCA termine 2024 em 4,31%, embora essa estimativa tenha sido feita antes da recente alta do dólar e dos impactos da seca. O próximo relatório será divulgado no fim de dezembro.