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O Brasil viu o número de seus milionários diminuir em 13,3% em 2024, de acordo com o relatório World Wealth Report da consultoria Capgemini, divulgado nesta quarta-feira (4). Essa redução coloca o país entre os de maior queda global no total de indivíduos com patrimônio investível a partir de um milhão de dólares. A desvalorização do real e a instabilidade fiscal são apontadas como as principais causas para esse cenário.
A retração brasileira segue uma tendência regional. A América Latina, em geral, apresentou declínio no número de milionários, com o México registrando uma queda ainda maior, de 13,5%. Fatores econômicos internos e externos foram citados como influências para essa tendência.
Cenário Global de Riqueza
Contrariando a tendência regional, o panorama global de milionários mostrou crescimento. Em 2024, aproximadamente 23,4 milhões de pessoas no mundo atingiram esse patamar de riqueza, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior. O patrimônio total desses indivíduos também alcançou um recorde de 90,5 trilhões de dólares, uma alta de 4,2%.
Os Estados Unidos foram o principal motor desse avanço global, liderando o ranking com 7,993 milhões de milionários, um crescimento de 7,6%. Esse aumento foi impulsionado pela valorização das ações e pelo otimismo em torno da Inteligência Artificial (IA). O Japão ocupa o segundo lugar, com 3,990 milhões de milionários, enquanto a Alemanha registrou uma queda, passando de 1,646 milhão em 2023 para 1,605 milhão em 2024.
Tendências Regionais e Concentração de Riqueza
Na Europa, a redução geral foi de 2,1%, reflexo da estagnação econômica nas principais economias do continente. A França, por exemplo, perdeu cerca de 21 mil milionários. No entanto, a parcela da população ultra rica na Europa aumentou em 3,5%, indicando uma concentração de riqueza ainda maior.
O Oriente Médio também presenciou uma redução de 2,1% no número de milionários, principalmente devido à queda nos preços do petróleo.
O relatório da Capgemini ainda aponta que quase dois terços (64,5%) dos milionários globais estão concentrados em apenas quatro países: Estados Unidos, Japão, Alemanha e China.
Para a elaboração do World Wealth Report, a consultoria considera ativos como ações, títulos de renda fixa, investimentos alternativos, dinheiro em espécie e imóveis que não sejam de uso próprio. Bens como obras de arte, carros e joias não são incluídos no cálculo. A edição de 2024 analisou 71 países, que representam mais de 98% da renda nacional bruta global.
