Amanhã, 23 de Setembro, o condenado Luiz Inácio completará dezessete meses e meio preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, equivalente a um sexto da pena de oito anos e dez meses, referente ao caso do triplex do Guarujá:
sem nenhuma outra condenação confirmada em segunda instância até o momento, é o tempo necessário para solicitar progressão de regime para o semiaberto, em que poderá sair para trabalhar durante o dia e retornar à sua cela à noite.
Para pleitear tal benefício, Lula teria que desembolsar 4,1 milhões de reais, valor referente às custas processuais e multas.
Contudo, parece que não será tão cedo a festança dos adeptos do “Lula Livre”: sua defesa afirma não ter sido autorizada pelo ex-presidente a requerer à Justiça a progressão de seu regime de prisão.
Segundo os advogados, Lula entende que, ao pedir a progressão, estaria admitindo que cometeu crimes, o que ele segue negando.
— O ex-presidente Lula tem ciência de todos os seus direitos e fez a opção de não autorizar sua defesa a requerer neste momento qualquer progressão de regime, porque não praticou qualquer crime — justificou o advogado Cristiano Zanin.
Acompanhando atentamente todas os acontecimentos que convergem na direção do enfraquecimento da Operação Lava Jato – muitos deles deflagrados e protagonizados por seus esbirros vestidos de jornalistas investigativos ou de ministros da Suprema Corte -, Lula aposta todas as suas fichas em uma possível anulação de sua sentença; ou, na pior das hipóteses, na concessão de habeas corpus pela segunda turma do STF:
pedido nesse sentido, impetrado por sua defesa e alegando parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, começou a ser discutido em Dezembro do ano passado; já tendo os votos contrários de Carmen Lúcia e do relator Edson Fachin, a discussão foi suspensa pelo pedido de vistas de Gilmar Mendes.
Até a escultura de granito representando a “Justiça”, instalada na entrada da sede do STF, sabe que Gilmar e seu parceiro Ricardo Lewandowski decidirão pela soltura de Lula, empatando a votação.
Nesse cenário, caberá a Celso de Melo decidir se o ex-presidente e atual presidiário passará o próximo Natal em casa.
A retomada do julgamento está prevista para Novembro.