A diretora médica da Pfizer, Márjori Dulcine, diz que a empresa farmacêutica estima fabricar milhões de doses da vacina contra a covid-19 já a partir de outubro deste ano. Mas alertaram que os desafios podem ser “assustadores”, pois estima-se que sejam necessárias 15 bilhões de doses para interromper a pandemia. A produção em larga escala, no entanto, só deve ser em 2021.
“Se tudo correr bem e as estrelas estiverem alinhadas, teremos evidências suficientes de segurança e eficácia para que possamos tomar uma vacina (contra a Covid-19) no final de outubro”, disse o CEO da Pfizer, Albert Bourla ao Poder em Foco.
“Nós estamos falando de uma vacina poder ser produzida e estar disponível em meses, em menos de 1 ano. A Pfizer, junto com a BioNTech, começou essa pesquisa no final de fevereiro. Em março, houve a 1ª aplicação da dose em 12 participantes na Alemanha. Agora, no início de maio, começou a aplicação nos Estados Unidos.”
15 bilhões de doses
O diretor da IFPMA, Thomas Cueni, apontou estimativas de que o mundo precisará de cerca de 15 bilhões de doses para interromper o avanço do coronavírus, colocando enormes desafios tanto de produção como de logística. “Não teremos quantidades suficientes desde o primeiro dia, mesmo com os melhores esforços”, disse Cueni.
Segundo os executivos, outro obstáculo poderá ser a falta de frascos de vidro para armazenar as doses. “Não existem frascos suficientes no mundo”, disse o CEO da AstraZeneca. Já se cogita até a possibilidade de dispor várias doses em um único frasco.
Paul Stoffels, vice-presidente e diretor científico da Johnson&Johnson, disse que, se forem necessárias 15 bilhões de doses, será preciso que haja várias vacinas diferentes contra a Covid-19 para satisfazer a demanda mundial.