A evolução do crescimento
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Susskind inicia o livro contextualizando historicamente o crescimento econômico, destacando que, por cerca de 300.000 anos, a prosperidade das sociedades agrícolas permaneceu praticamente estagnada. Tudo mudou no início do século XIX, quando a economia global começou um surto de crescimento que dura 200 anos. Após a Segunda Guerra Mundial, o crescimento econômico tornou-se uma prioridade política no Ocidente, essencial para a reconstrução europeia, a vitória na Guerra Fria e a criação de pleno emprego.
O Produto Interno Bruto (PIB) emergiu como a principal medida de sucesso de uma sociedade. No entanto, essa busca incessante por crescimento gerou um dilema: embora o PIB esteja associado a melhorias no bem-estar humano, os métodos de crescimento atuais, baseados em combustíveis fósseis e tecnologias digitais, têm efeitos devastadores sobre o clima e a sociedade.
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O dilema do crescimento
O debate sobre como resolver esse dilema divide opiniões. Há os defensores do ‘crescimento verde’, que acreditam ser possível crescer de maneira sustentável, e os adeptos do ‘decrescimento’, que veem o crescimento como a raiz dos problemas ecológicos e sociais, defendendo a redução do crescimento nos países ricos.
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Susskind se posiciona como um defensor do “decrescimento fraco”, propondo reformas nas leis de propriedade intelectual, aumento em pesquisa e desenvolvimento, e incentivo à inovação, direcionando-a para tecnologias verdes. Ele reconhece, no entanto, que escolhas difíceis serão necessárias, impactando objetivos como clima saudável, distribuição justa de riqueza e democracia funcional. Para tomar essas decisões, Susskind sugere processos democráticos participativos, como assembleias de cidadãos.
Uma análise crítica
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Apesar das boas intenções, ele apresenta algumas limitações. Seu conceito de “minimalismo do PIB” – restringir o PIB a medir a “renda tributável” – é confuso e deixa perguntas sem resposta. Além disso, ao defender que o crescimento econômico deve ser um objetivo em si, Susskind ignora a visão padrão de que o crescimento é um meio para atingir fins maiores.
Ele também afirma que, como as ideias são infinitas, não há limite para o crescimento econômico, mas não fornece evidências convincentes. Estudos indicam que a geração de ideias úteis diminuiu desde os anos 1970, questionando a continuidade do crescimento. Outra crítica é sua abordagem restritiva ao discutir os limites planetários. Seis dos nove limites planetários já foram ultrapassados, e o otimismo parece ignorar esses riscos. Além disso, sua discussão moral é superficial, faltando uma análise mais profunda sobre o que constitui uma vida boa e sustentável.
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