As autoridades chinesas advertiram os manifestantes de Hong Kong para que não subestimem “a firme determinação e a imensa força do governo central da China”.
“Deve ficar muito claro para o pequeno grupo de criminosos violentos e sem escrúpulos: quem brinca com o fogo morre queimado. No fim serão punidos”, afirmou Yang Guang, porta-voz do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau.
Segundo a France Presse, esta foi a advertência mais dura feita por Pequim desde o início dos protestos, em 9 de junho, contra um projeto de lei que permitira a extradição de habitantes de Hong Kong para a China.
Embora o governo local tenha suspendido o projeto, as manifestações, cada vez mais violentas, continuam em Hong Kong.
Os manifestantes exigem a retirada definitiva do projeto de lei de extradição e a renúncia da chefe do Executivo local, Carrie Lam, vista como uma governante pró-Pequim. Eles também querem barrar o que consideram a crescente influência da China e de impedir a redução das liberdades dos cidadãos que vivem em Hong Kong.
Yang reiterou o apoio de Pequim a Carrie Lam e à polícia de Hong Kong, que reprime os manifestantes.
O governo chinês, que não tolera protestos na China continental se negou até o momento a intervir em Hong Kong, deixando o controle da situação para as forças de segurança locais.
Na semana passada, no entanto, o exército chinês divulgou um vídeo que mostrava cenas de soldados reprimindo um protesto em Hong Kong, ex-colônia britânica que retornou à soberania chinesa em 1997.
Greve geral
A greve convocada para segunda-feira (5) tinha como objetivo mostrar ao governo da China que o movimento ainda tem apoio popular. Segundo a CNN, cerca de 2,3 mil trabalhadores da aviação aderiram à paralisação.
Em virtude do princípio “Um país, dois sistemas” pelo qual o Reino Unido cedeu Hong Kong à China, a cidade goza de liberdades desconhecidas no restante do país, ao menos até 2047. Mas cada vez mais os moradores de Hong Kong temem que Pequim viole esse acordo.
A maioria das manifestações é pacífica, mas com frequência terminam em confrontos com as forças de segurança. No dia em que houve a celebração oficial do 22º aniversário do retorno do território ao domínio da China, manifestantes invadiram o Parlamento local.
Desde o início dos protestos, a polícia de Hong Kong prendeu 420 pessoas acusadas de manifestações ilegais, posse de armas, agressão a policiais e obstrução das operações do serviço de segurança.
Por G1