(Bloomberg) – O Banco Central da Argentina publicou na quinta-feira (26) duas novas medidas com o objetivo de restringir o acesso à moeda forte em meio às expectativas de desvalorização.
A instituição publicou uma mudança de regra que afeta os bancos e outra os consumidores, na medida em que tenta preservar sua reserva de dólares para ajudar a defender o valor do peso.
As medidas seguem as eleições legislativas deste mês, nas quais o governo perdeu o controle da Câmara Alta do Congresso, e chegam em um momento em que as autoridades devem intensificar as negociações com o Fundo Monetário Internacional acima de US $ 40 bilhões em pagamentos devidos. Isso também se soma a uma série de restrições monetárias existentes, à medida que os poupadores buscam refúgio em moeda forte em meio a uma inflação de 50% ao ano.
O peso à vista é controlado pelo Banco Central por meio de uma indexação cambial.
Restrições recentes
Na medida voltada para o consumidor, o Banco Central disse que vai proibir as operadoras de cartão de crédito de financiarem o parcelamento se estes forem destinados ao turismo no exterior, incluindo passagens aéreas e aluguel de carros. Esses planos são populares entre os argentinos que procuram financiar seus gastos em até 18 prestações, o que lhes permite travar os preços antes que a inflação os empurre para cima. A medida foi publicada um dia antes do chamado dia de compras da Black Friday, quando as lojas reduzem os preços para atrair os consumidores.
Em um regulamento separado publicado na noite de quinta-feira, o Banco Central disse que não vai mais permitir que os bancos mantenham posições líquidas de dólar no final do dia de negociação. A regra entra em vigor em 1º de dezembro.
O banco central gastou US $ 1 bilhão para defender o peso no mercado à vista desde 28 de outubro, segundo dados oficiais que datam de 18 de novembro. O ‘swap blue-chip’, uma taxa de câmbio implícita derivada de operações com ativos que negociam em pesos e dólares, enfraqueceu 65 por cento desde que o presidente Alberto Fernández assumiu o cargo em 2019, para 219 por dólar em 24 de novembro. o peso oficial, que fechou a 100,7 por dólar na quinta-feira, está em torno de 120%.